(Da esq. para a dir.): Arsênio Eduardo Corrêa, Antônio Paim, Ricardo Vélez Rodríguez e Leonardo Prota. Colóquio Antero de Quental, setembro de 2009, Tiradentes (MG). |
O Instituto de Humanidades completou, em 2016, 30 anos de
existência. Vale a pena lembrar, com motivo dessa data, as realizações
fundamentais. Recordo que Antônio Paim dizia, aos que fomos os seus alunos, que
era necessário pensar acerca da forma em que se poderia enfrentar o problema da
carência de estudos humanísticos no Brasil. Tais estudos, tradicionalmente,
estavam ligados à formação geral do antigo Segundo Grau. Mas, no Nível Superior,
tinham desaparecido por força da tradição cientificista que se apossou dos
centros de formação e das próprias Universidades.
Os ciclos de modernização que os estudos superiores
enfrentaram, tanto no período getuliano quanto no ciclo militar, só fizeram
reforçar a carência de formação humanística, tendo sido esta substituída pelas
opções técnicas e profissionalizantes. Em artigo escrito no meu blog, deixei
isso registrado[1]. Em
Leonardo Prota e em mim, a preocupação de Antônio Paim encontrou uma caixa de
ressonância, que se manifestou na criação do Instituto de Humanidades, em 1986,
por iniciativa do nosso mestre.
O ponto de partida para os rumos que deveria ter o Instituto,
no que tange à divulgação da Cultura Ocidental, foi o artigo publicado por
Antônio Paim em 1983 com o título: “As Humanidades e a Universidade Brasileira:
proposta para obtenção de novo consenso”, (Revista Humanidades, Universidade de
Brasília, vol. I, nº 2, janeiro-março 1983). Nesse texto, Paim sintetizou o
caminho percorrido hodiernamente pelas grandes universidades do mundo
anglo-saxão, no que tange ao estudo das Humanidades. Dois modelos são
apresentados: o adotado pelo Saint-John´s College, campus de Annapolis e Santa
Fe, nos Estados Unidos, e o modelo escolhido pela Open University inglesa.
O primeiro modelo enfatiza que o saber da Humanidade está
contido num cânone de livros (Great Books)
escolhido de forma a abarcar os grandes períodos da Civilização Ocidental,
desde as suas origens até a época contemporânea. O “Curso de Humanidades” do
Saint-John´s College consiste na leitura sequencial de aproximadamente 140
obras básicas, que espelham os valores fundantes da nossa Civilização, e que
dão conta das grandes descobertas do Pensamento Ocidental. Os alunos, com a
ajuda do tutor, leem as obras do cardápio acadêmico e, sobre elas, elaboram os
seus papers e estruturam as
monografias.
Em relação ao segundo modelo, ele parte da pressuposição de
que o aluno, hoje, precisa de material introdutório aos vários ciclos da
Civilização Ocidental, a fim de melhor apreender o fundamento axiológico dos
mesmos, bem como os grandes achados da História do Pensamento, sem que se
descuide a leitura da bibliografia básica de cada período. Como esta opção é
oferecida na modalidade de “Ensino à Distância” adotado pela Open University de
Londres, são publicados os manuais introdutórios, que vão acompanhados de
material instrucional (questões a serem debatidas ao ensejo das várias
leituras). Pela sua proximidade com a experiência de ensino superior no Brasil,
esta opção pareceu-nos a mais apropriada e decidimos organizar os conteúdos do
nosso Curso de Humanidades seguindo esses parâmetros.
Antes, porém, de lembrar as principais realizações do
Instituto, gostaria de contar como encontrei Leonardo Prota e de que forma ele
foi encaminhado, por mim, para fazer o seu doutorado em Pensamento
Luso-Brasileiro na Universidade Gama Filho.
Eu tinha entrado por concurso público no quadro de
professores do Departamento de História e Filosofia da Universidade Estadual de
Londrina, no início de 1981. O reitor da UEL era o professor José Carlos
Pinotti, um gestor decidido que deitou as bases para os programas de
pós-graduação dessa Universidade, ao longo dos anos 80. O interesse dele em
contratar professores com pós-graduação, nas várias áreas, técnicas e humanas,
prendia-se justamente à sua preocupação por fomentar a criação de cursos de
pós-graduação, então praticamente inexistentes nessa Universidade. Pinotti
considerava que, sem eles, notadamente na área das Ciências Humanas e das Humanidades,
não se sedimentaria a contento a tradição de pesquisa científica na UEL.
Vindo de São Paulo, onde ao longo do final dos anos 70 e início
da década de 80 trabalhei arduamente na tentativa de me firmar economicamente,
encontrei em Londrina um remanso de paz com bastante tempo disponível no belo
campus da Universidade Estadual, a fim de preparar as minhas aulas e terminar a
redação da tese de doutorado que defendi no final de 1982 na Universidade Gama
Filho, no programa de pós-graduação criado pelos professores Antônio Paim e
Eduardo Abranches de Soveral, na área de Pensamento Luso-Brasileiro. Uma vez
defendida a minha tese, fui convidado por Antônio Paim, no início de 1983, para
trabalhar com ele na pós-graduação da Universidade Gama Filho, no Rio de
Janeiro. Precisava de um substituto para a coordenação do Curso de
Pós-graduação em História do Pensamento Político Brasileiro, que eu tinha
criado em 1981 na UEL. Como Leonardo Prota tinha se vinculado recentemente e
contava com ampla e sólida formação humanística, encontrei nele o candidato
para me substituir na coordenação do Curso.
Leonardo, no entanto, achava que era necessário, para bem desempenhar
a sua função de coordenação, ter o doutorado na área de Pensamento
Luso-Brasileiro, programa que na época somente era oferecido pela Universidade
Gama Filho. Assim, o meu amigo candidatou-se em 1983 para fazer o curso de
doutorado, tendo sido selecionado. Sob a orientação de Antônio Paim, Leonardo
passou a pesquisar a forma em que tinham se desenvolvido as Universidades
brasileiras longe da tradição humanística, defeito ausente das Universidades
europeias e americanas com as quais o meu amigo estava familiarizado.
Efetivamente, ele tinha cursado os seus estudos iniciais na Itália (nas áreas
de filosofia e teologia), tendo–os completado, nos Estados Unidos, com um
mestrado em educação feito na City
University of Los Angeles.
Orientado pelo professor Paim, Leonardo terminou defendendo,
na Universidade Gama Filho, em 1985, a sua tese intitulada: Imperativo
atual: a busca do modelo diversificado de Universidade, que foi
publicada com o título: Um novo modelo de Universidade, pela
editora Convívio de São Paulo, em 1987. Na linha desta temática, Antônio Paim tinha
escrito o livro intitulado: A Universidade do Distrito Federal e a ideia
de Universidade (Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1981), de
que se louvou Leonardo Prota e no qual o autor destacava como, embora tivesse
sido planejada a criação da Faculdade de Humanidades na reforma efetivada nos
anos 60, no entanto nunca chegou a se concretizar no modelo oficial, tendo as
Universidades brasileiras descambado simploriamente pelo caminho da formação
profissionalizante e da superespecialização, com abandono da formação
humanística e da pesquisa, se fechando no limitado modelo pombalino tão
criticado por Anísio Teixeira.
(Da esq. para a dir.: Ricardo Vélez Rodríguez, Arsênio Eduardo Corrêa e Antônio Paim). 25-06-2017. |
Logo de entrada, Antônio Paim e Leonardo Prota acharam que o
Instituto de Humanidades deveria trabalhar em duas frentes: em primeiro lugar, para preencher o vácuo existente no Brasil
no que tangia à Formação Humanística, mediante um curso aberto que criasse
espaço para o estudo da História da Cultura Ocidental, que seria oferecido tanto
ao público universitário como à sociedade em geral, nos moldes seguidos pela
Open University inglesa, ou seja, com textos introdutórios às várias seções,
além da indicação da bibliografia fundamental. Tal opção respondia melhor à
praxe seguida nos estudos superiores no Brasil (como já foi frisado), segundo
as quais era necessário fornecer ao aluno, de entrada, uma síntese da
informação fundamental.
Em segundo lugar, os meus amigos achavam que o Instituto de
Humanidades deveria agir em outra frente: na
educação para a cidadania, elaborando uma proposta que fosse apresentada
aos professores de ensino fundamental, a fim de ser desenvolvida nas quatro
primeiras séries do primeiro grau.
A proposta inicial de Antônio Paim e de Leonardo Prota
concretizou-se rapidamente no plano editorial, a fim de dar sustentação às
atividades docentes, tanto no plano institucional de Faculdades ou
Universidades que adotassem a nossa proposta de estudos humanísticos no
currículo das Ciências Humanas, quanto no terreno dos cursos livres, de
extensão.
Foi assim como, nos anos seguintes, publicamos as seguintes
obras, da lavra conjunta de Paim, Prota e minha: Curso de Humanidades:
apresentação geral (São Paulo:
Instituto de Humanidades, 1986); Curso de Humanidades: História da Cultura
(São Paulo: Instituto de Humanidades, 1988); Curso de Humanidades: Política
(São Paulo: Instituto de Humanidades, 1989); Curso de Humanidades: Moral
(Londrina: Editora da UEL, 1997); Curso de Humanidades: Religião (Londrina:
Editora da UEL, 1997); Curso de Humanidades: Filosofia
(Londrina: Editora da UEL, 1998). A preparação do material instrucional que
acompanhava todas essas unidades foi elaborada sob a coordenação da professora
Maria Clutilde de Abreu, vinculada ao Instituto de Humanidades desde 1995,
depois de ter se familiarizado com a metodologia do ensino à distância,
mediante estágio realizado na Universidade de Ensino à distância de Madri. Em
1999, a editora Expressão e Cultura, do Rio de Janeiro, publicou versão
resumida de todo esse material, na obra intitulada: Bases e características da
Cultura Ocidental, que foi escrita em colaboração por Antônio Paim,
Leonardo Prota e por mim (215 pgs.).
De outro lado, a proposta de discussão de um modelo de
educação para a cidadania deu ensejo à obra em colaboração de Paim, Prota e
minha, intitulada: Educação para a cidadania: compêndio (Londrina: Editora UEL,
1996), que foi reeditada com o título de: Cidadania: o que todo cidadão precisa saber
(Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1999), tendo ganhado também da mesma
editora versão popular em tamanho de livro de bolso, com o mesmo título (Rio de
Janeiro, 1999).
Qual foi o resultado obtido pelo Instituto de Humanidades nas
suas atividades nestes trinta anos?
No que tange ao oferecimento do Curso de Humanidades,
terminou vingando a alternativa institucional, em detrimento das que poderíamos
chamar de Atividades Livres. Já desde o começo, ficou clara a dificuldade para
oferecer o Curso no contexto destas últimas, pela falta de canais permanentes
de comunicação que nos colocassem em contato com as pessoas interessadas. Foi
assim como Leonardo Prota endereçou as atividades do Instituto, no Estado do
Paraná, ao redor de convênio assinado entre a Secretaria Municipal de Educação
da Prefeitura de Campo Mourão e o Instituto de Humanidades, a fim de oferecer o
Curso na modalidade de pós-graduação lato sensu (como especialização, com
duração aproximada de 460 horas), a ser ministrado pela Faculdade de Educação
de Campo Mourão, a partir de meados de 1989.
Essa atividade teve pleno sucesso e se estendeu por um
período de 10 anos, ao longo dos quais grande número de funcionários da
Prefeitura de Campo Mourão, bem como pessoas ligadas à Faculdade e à
Comunidade, fizeram o Curso de Humanidades. O efeito dessa atividade foi
marcante: mudaram os parâmetros da gestão municipal para um comportamento de
maior respeito à pessoa humana, o que se manifestou em medidas práticas, como a
humanização do trânsito e em projetos que visavam a implantar, na gestão
municipal, um ambiente de cordialidade e respeito para com as pessoas, dando
ensejo a um maior cuidado da prefeitura no que tange ao planejamento de áreas
de laser e de acesso à cultura.
Além dessa atividade no plano de Cursos de Pós-graduação,
Leonardo Prota partiu para ampla divulgação dos estudos das Humanidades em
cursos de extensão (com duração de 30 a 60 horas), oferecidos a partir do
Centro de Estudos Filosóficos de Londrina, por ele criado em 1989. Esta
entidade ofereceu, assim, o Curso de Humanidades em múltiplas edições, ao longo
das décadas de 1990 e 2000, abarcando as cidades paranaenses de Londrina,
Apucarana, Jandaia, Ibiporã, Cambé, etc., através de convênios com centros
educacionais privados. Na própria Universidade Estadual de Londrina foram
oferecidas algumas edições do Curso de Humanidades, na modalidade de extensão,
ao longo do mesmo período.
Caminho semelhante ao seguido por Leonardo Prota no Paraná passei
a percorrer nas cidades onde eu lecionava: Juiz de Fora, em Minas Gerais (onde
passei a residir em 1989) e Rio de Janeiro (para onde inicialmente me mudei,
vindo do Paraná, em 1983). Em 1984 foi criado o Curso de Mestrado em Pensamento
Brasileiro na Universidade Federal de Juiz de Fora, com a colaboração do
Professor Paim e minha, além da participação de professores dessa Universidade
como José Carlos Rodrigues, Aristóteles Ladeira Rocha e Joel Neves, que tinham
feito o seu doutorado em Pensamento Luso-Brasileiro na Universidade Gama Filho.
Em 1990 criei o Centro de Estudos Filosóficos de Juiz de Fora,
a fim de aglutinar os alunos do Curso de Mestrado em Pensamento Brasileiro da
UFJF. A minha ideia era oferecer o Curso de Humanidades a partir desse Centro. Experiência
semelhante à de Leonardo no Paraná (eu não contava com os nexos necessários
para atividades em cursos livres na sociedade local), levou-me a oferecer o
Curso de Humanidades através do Departamento de Filosofia da UFJF, como
atividade de extensão.
Assim, o Curso de Humanidades foi oferecido, ao longo dos
anos 90, como Curso de Extensão (com 60 horas de duração) do Departamento de
Filosofia da UFJF. Frequentaram o Curso alunos da graduação em Filosofia e da
pós-graduação em Pensamento Brasileiro, bem como alunos do Curso de Serviço
Social da UFJF. O resultado foi a procura do Mestrado em Pensamento Brasileiro,
por parte dos alunos da graduação que tinham feito o Curso de Humanidades. Este
serviu, também, como complementação dos conhecimentos humanísticos para os
alunos do Curso de Mestrado, que criaram a Revista Phibra para divulgar os
seus trabalhos.
No caso dos alunos provenientes da Faculdade de Serviço
Social, foi interessante notar que os conteúdos do Curso de Humanidades
levaram-nos a questionar a orientação exclusivamente marxista das disciplinas
oferecidas pela Faculdade, exigindo uma abertura intelectual então inexistente
nesse núcleo.
Paralelamente, desenvolvi Cursos de Extensão em Humanidades
(com duração entre 30 e 60 horas), ao longo das décadas de 90 e 2000, em
convênio com as seguintes instituições: Faculdades de Comunicação e História da
Universidade Gama Filho, Faculdade de Educação da Academia de Comércio em Juiz
de Fora, Faculdade de Filosofia Santa Marcelina de Muriaé (Minas Gerais), Instituto
São Tomás de Aquino de Juiz de Fora, Faculdade de Filosofia de Cataguases
(Minas Gerais), Faculdade de Educação da Serra dos Órgãos (Teresópolis, RJ),
Curso de Turismo da Faculdade São José de Santos Dumont (MG), Programa de
Mestrado em Educação da Universidade Católica de Petrópolis (RJ), Faculdade de
Turismo do Senac-Senai - Hotel Grogotó em Barbacena (MG), Faculdade
Eclesiástica João Paulo II (Rio de Janeiro), Centro de Formação da Empresa
Brasileira de Correios (Rio de Janeiro) e Centro de Estudos de Pessoal do
Exército (Rio de Janeiro). A experiência obtida nesses cursos foi positiva:
mostrou o crescente interesse dos alunos pelas Humanidades, com abertura para
uma nova dimensão, mais humana, nas atividades profissionais.
Ao lado destas realizações, divulguei entre os professores do
Ensino Fundamental a proposta de Educação para a Cidadania da lavra de Paim,
Prota e minha, em assessorias que prestei, entre 1986 e 1998, à Secretaria
Municipal de Educação da prefeitura de Juiz de Fora.
Na Universidade Gama Filho, ao lado do Programa de
Pós-graduação em Pensamento Luso-Brasileiro, o Professor Paim criou, em 1984, o
Núcleo de Ensino à Distância, com
apoio da Vice-Reitoria Acadêmica (sob a direção do saudoso Professor Manuel
José Gomes Tubino), com a minha colaboração e a da professora Maria de Jesus
Abreu, membro do Instituto de Humanidades.
O objetivo do Núcleo consistia em oferecer Cursos de pós-graduação
lato sensu e de extensão na modalidade de ensino à distância em Política,
abarcando as principais doutrinas contemporâneas, com a finalidade de dar
embasamento às organizações Político-Partidárias. Foram editados pelo Instituto
de Humanidades, em 1994, em convênio com a Gama Filho, os textos básicos, bem
como o material instrucional do Curso de Introdução ao Pensamento Político
Brasileiro (em 13 volumes e que foi oferecido em nível de especialização,
com 360 horas de duração, sob a coordenação de Antônio Paim). Foi editado, da
mesma forma, em 1995, o material de Introdução ao Estudo do Liberalismo (em
cinco volumes coordenados por Antônio Paim, com a colaboração de Leonardo Prota
e minha, tendo sido este curso oferecido sob a modalidade de extensão) e do
curso de Social-Democracia, (em
cinco volumes coordenados por Carlos Henrique Cardim, da Universidade de
Brasília, com a colaboração de Antônio Paim, Leonardo Prota e minha, sendo este
curso oferecido também sob a forma de extensão). Foi publicada também, por
Edições Humanidades de Londrina, como material complementar, a coleção
intitulada: Introdução à Ciência Política (em cinco volumes), de autoria de
Antônio Paim, Leonardo Prota e minha (2002).
O trabalho do Instituto de Humanidades, nos planos editorial
e de ensino à distância, abarcou toda a década de 90 e se estendeu até 2002,
sendo uma das experiências pioneiras, no Brasil, da modalidade desse tipo de
ensino, que se tornaria muito disseminado nas décadas seguintes, com as
experiências de conjuntos universitários como a UNOPAR e a Universidade Estácio
de Sá, com projetos que se estenderam a todo o país, abarcando as mais diversas
áreas. O Instituto de Humanidades foi pioneiro, assim, do ensino à distância no
nosso país.
Interessante destacar que, no Rio Grande do Sul, na Universidade Federal de Santa Maria, o professor Selvino Antônio Malfatti realizou o Curso de Introdução ao Pensamento Político Brasileiro, do Instituto de Humanidades, no início dos anos 90, na modalidade de Curso de Especialização, com a colaboração dos professores Paim e Prota, bem como minha. Foi uma realização que alimentou o debate sobre a redemocratização brasileira, destacando a validade do ponto de vista liberal.
Interessante destacar que, no Rio Grande do Sul, na Universidade Federal de Santa Maria, o professor Selvino Antônio Malfatti realizou o Curso de Introdução ao Pensamento Político Brasileiro, do Instituto de Humanidades, no início dos anos 90, na modalidade de Curso de Especialização, com a colaboração dos professores Paim e Prota, bem como minha. Foi uma realização que alimentou o debate sobre a redemocratização brasileira, destacando a validade do ponto de vista liberal.
Um desdobramento contemporâneo dessas atividades é
constituído pela disciplina Ciência Política que é oferecida por
mim, a partir de março de 2017, (com duração de 60 horas), no Curso de
Administração da Faculdade Arthur Thomas de Londrina (onde leciono a partir de
2014). Utilizo para esse programa o material da coleção Introdução à Ciência Política do
Instituto de Humanidades, que resumi em volume de 150 páginas, em edição
digital do Instituto de Humanidades e da Faculdade Arthur Thomas.
A Diretoria do Instituto de Humanidades, com sede em São
Paulo, é constituída assim: 1986 / Antônio Paim – Presidente. Leonardo Prota
(1930-2016) Diretor Executivo no período 1990/2010. Arsênio Eduardo Corrêa,
Diretor Executivo a partir de 2010. Membros do Instituto: Anna Maria Moog
Rodrigues (a partir de 2016); Franco Nero Dias Marçal (a partir de 2005); Maria
Clutilde de Jesus Pinto de Abreu (1995/2010); Maria Cristina de Oliveira
Espínola (a partir de 1990); Ricardo Vélez Rodríguez (a partir de 1986).
Uma última observação: trabalhando com Arno Wehling,
coordenador do Curso de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(Uni-Rio), na preparação do curriculum de Mestrado em Arquivologia (que começou
a ser oferecido em 1997), observamos a necessidade de apresentar aos alunos da
pós-graduação em História e em disciplinas afins (como a Arquivologia), opções
diferentes do marxismo que grassava nesse meio nas várias Universidades
brasileiras. Assim, foi inserida disciplina que quebrava o monolitismo
ideológico tradicional, que era lecionada por mim sob o rubro: “História das
Idéias Políticas”, utilizando o material do curso de Política do Instituto de
Humanidades. Já era patente, naquela época, a insatisfação dos alunos da
graduação e da pós-graduação, com a surrada retórica da vulgata marxista que empobrecia sobremaneira o curriculum
acadêmico.
Participando de Seminários Nacionais em várias Universidades
(em anos recentes), nas áreas de Ciência Política, Relações Internacionais e
História, observei que a recusa ao marxismo já era grande no meio acadêmico e o
interesse pelo estudo de temas vinculados ao liberalismo e às doutrinas
conservadoras estava em aumento. Registrei essas impressões em duas matérias
que postei no Portal Defesa da UFJF. [2]
Á luz dessa experiência e da constatação de que aumentaram
muito os portais e sites dedicados ao estudo do liberalismo e de outras
doutrinas diferentes do marxismo, chego à conclusão de que, nos próximos anos,
as novas gerações encontrarão no material preparado pelo Instituto de
Humanidades, fonte de inspiração para novas
realizações. A atual geração digital certamente fará o dever de casa,
aproveitando os materiais que o Instituto de Humanidades hoje oferece, fruto do
intenso trabalho destes trinta anos. [Cf. www.institutodehumanidades.com.br ]
St. John´s College, Annapolis (Maryland), USA |
St. John´s College, Cambridge, UK |
St. John´s College - Santa Fe (New Mexico), USA |
[1] Cf.
“Um caso típico de voo de galinha: as políticas públicas em educação de 1964
até 2014”, in: Pensadordelamancha, 22/02/2014 – http://pensadordelamancha.blogspot.com.br/2014/02/um-caso-tipico-de-voo-de-galinha-as.html .
[2]
Cf. Ricardo Vélez Rodríguez, “Roteiros da jovem historiografia brasileira”, Portal
Defesa da UFJF, 29-10-2013 [ http://www.ecsbdefesa.com.br/defesa/fts/RJHB.pdf
]. Cf., também, de minha autoria: “Nova geração liberal – Reflexões com motivo
do IV Encontro Estudantil de Relações Internacionais”, Portal Defesa da UFJF,
22-10-2013
Passei por esta escola de Humanidades através do doutorado em Pensamento Luso-brasileiro e de contatos com meus mestres - Antonio Paim, Ricardo Vélez, Leonardo Prota -. Trouxe para o sul esta experiência e coordenei a estruturação do curso de pós-graduação em Pensamento Político Brasileiro na Universidade Federal de Santa Marias.
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