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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

LULA E BOLSONARO

Meus amigos, fico perplexo pelo fato de algumas pesquisas de opinião darem preferência ao Lula nestes tempos bicudos em que estamos pagando as contas deixadas penduradas nos nossos bolsos por obra e graça do populismo lulista.. Ora, bolas. Ele já mostrou sobejamente a que veio. Lula é, como frisa conhecido sociólogo francês, o professor Taguieff, "um populista cínico". Como populista, fala o que as pessoas iludidas querem ouvir. Como cínico, não tem nenhum freio moral. Fala sem compromisso para atingir os fins adotados, sem se preocupar com a comunidade à qual se dirige. Tudo é colocado em função dos interesses individuais do "chefe": fidelidade partidária, vida privada (a memória da sua defunta mulher entra nesse contexto), estrutura política. Lula é a perfeita encarnação do cinismo materializado nos sofistas, para os quais "o homem é a medida de todas as coisas". Consequência: uma vez no poder, de novo iludirá todo mundo e fará afundar definitivamente a nau do Estado brasileiro. 

Ora, o público sensato sabe dessas coisas. Mas ainda há quem aposte no Lularápio. Para mim, a propaganda que rodeia Lula é jogo de encenação que busca alternativas políticas que permitam a sobrevivência de um sujeito em vias de ser definitivamente condenado pela justiça. O combustível que levou Lula às alturas é duplo: ignorância e cinismo. Ignorância dos seus eleitores e cinismo dele próprio. Acho que não sobreviverá a uma campanha, no pior dos cenários, aquele em que a Justiça tarde demais e torne possível a candidatura do indigitado. Mas ainda aposto na ação da Magistratura. A condenação definitiva de Lula terminará acontecendo em tempo de nos vermos livres da sua soturna figura.

Seria uma injustiça inominável comparar Bolsonaro com Lula. A retórica do candidato ex-militar pode ser debatida e combatida. Mas a sua figura não se assemelha, nem de longe, à do Lula. Fui casado com filha de ex-oficial do Exército e conheci Bolsonaro em Juiz de Fora, nas suas costumeiras reuniões com parentes de militares, quando ele lutava em prol da defesa dos interesses das viúvas e filhos dos falecidos. O seu discurso contra o PT sempre foi claro: os petralhas enganam a sociedade brasileira. As suas palavras eram as de um oficial de média graduação, sem retórica, diretas, combativas. Lembro-me de que, numa dessas reuniões, o hoje candidato confessou que os políticos trataram de amarrá-lo, lhe oferecendo um cargo apetitoso: a administração do aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro. O hoje candidato contava que repudiou a proposta porque aceitá-la equivaleria a ficar calado e virar fichinha nas mãos dos políticos corruptos. Em resumo, a posição de Bolsonaro como defensor dos interesses da família militar, sempre me pareceu clara e honesta. Podia-se divergir de suas ideias, mas ele não procurava enganar ninguém. Firmou nexos estreitos com os ex-militares e as suas famílias e essa constitui importante base de confiança para as suas propostas políticas.

Não concordo com a defesa que Bolsonaro faz do modelo econômico adotado no ciclo militar. Acho que as coisas mudaram muito no Brasil. O desenvolvimentismo dos anos 60 e 70 é coisa do passado. Apostar no Estado como grande empresário é um erro que custa caro. O sentimento de classe do candidato ex-militar certamente pesa nas suas escolhas do modelo econômico a ser seguido. Em intervenções recentes, contudo, Bolsonaro tem-se mostrado mais flexível, mostrando que é capaz de ser assessorado em matéria econômica, o que lhe abriria espaço no contexto de modelos de desenvolvimento econômico mais afinados com o capitalismo do mundo atual. Falta que apresente o seu programa completo, para poder emitir um juízo mais amplo acerca das suas propostas. Mas reconheço que ele representa uma alternativa válida para os setores mais conservadores da sociedade brasileira.

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