Após 20 anos de surto populista vermelho, a América Latina
parece estar entrando numa etapa de desmonte dos dinossauros criados pelos
ativistas que acreditavam nos furados ideais socialistas. A onda foi puxada
pelos opositores ao radicalismo da “Revolução Bolivariana” do coronel Chávez,
na Venezuela, cujo resultado todos conhecemos: empobrecimento progressivo da
população, violência crescente, disparada dos índices de criminalidade,
corrupção, ineficiência, perda de esperança, males que aumentaram na gestão do
sucessor de Chávez, o inepto e narcotraficante Maduro.
O Brasil não ficou alheio a esse fantasma: nos deparamos com
um Estado hipertrofiado e em progressivo desmonte. O buraco financeiro causado
pela petralhada nestes anos de desmandos políticos e econômicos, já ultrapassa
a astronômica soma de um trilhão de reais, conforme foi calculado pelos
economistas Mônica de Bolle e Paulo Rabello de Castro. E as coisas podem piorar,
caso Dilma e patota não pararem com as suas perversas prestidigitações. A
“ajuda” que o cada vez mais enrolado Lula ofereça a Dilma parece nestes
momentos mais abraço de afogado do que boia de salvamento. O Lularápio está mesmo
enrolado na história do tríplex do Guarujá e do sítio de ninguém em Atibaia. A
operação Lava Jato lambe os seus calcanhares.
Também começa a fazer água o barco do cocalero Morales na
Bolívia, sendo que já chegou ao seu fim a era kirchnerista na Argentina com o
triunfo do liberal Macri, nas recentes eleições presidenciais. O bolivariano
Lugo, por sua vez, já há alguns anos foi defenestrado pelos nossos vizinhos
paraguaios, continuando a “onda azul”. Na Colômbia, o presidente Santos que
assumiu posições de esquerda, está bastante desgastado e, num futuro pleito,
forças conservadoras ocuparão, certamente, o seu lugar. No Uruguai, o
presidente socialista Tabaré Vásquez ostenta índices preocupantes de rejeição
após o primeiro ano de mandato, na trilha do governo esquerdista de José Mujica,
cujas grandes realizações foram a democratização da maconha e o casamento gay.
Mujica, a bem da verdade, foi um governante honesto. Mas as coisas pararam por
aí. Honestos socialistas não roubam. Mas não deixam marcas de reformas
significativas que potencializem a economia. Capitalismo não é com eles. E
socialismo, sabemos, é uma máquina que gasta e não produz. Os uruguaios,
certamente, se fossem feitas eleições hoje, escolheriam um mandatário da
direita ou de centro.
No México, o conservador Enrique Peña Nieto (do PRI) assumiu
o poder, após uma série de presidentes de centro-esquerda. As reformas postas
em marcha por Peña-Nieto para acelerar a economia estão dando certo, em que
pese a guerra que se viu obrigado a declarar ao narcotráfico. Os cartéis
mexicanos ocuparam o espaço deixado pela derrota dos cartéis colombianos de
Medellín e de Cáli. A abertura à iniciativa privada tem sido um chamariz para
os investidores que, diante das desgraças do Brasil, mudaram de endereço para
os seus investimentos e os estão alocando no México. A indústria
automobilística que o diga. No Equador, o “bolivariano” Rafael Correa está
bastante desgastado no cargo, após ter tentado amordaçar a imprensa
independente e pretender se perpetuar no poder, com medidas semelhantes às
postas em prática pelos seus homólogos bolivarianos Hugo Chávez (na Venezuela)
e Evo Morales (na Bolívia).
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