Bons negócios da Copa: para a FIFA. (FONTE: suvacodecobrahiphop.blogspot.com) |
A “Copa das Copas” foi um bom negócio, excelente negócio,
para a FIFA, não para o Brasil. Vejamos. Segundo informe enviado desde Zurique
pelo jornalista Jamil Chade, para o jornal O Estado de São Paulo, [“Brasil que
se vire com as arenas vazias, diz FIFA”, edição de 22/03/2015, pg. D5], “(...)
a receita chegou a quase R$16 bilhões e os lucros superaram a marca de R$8,3
bilhões. A Copa foi o evento esportivo mais lucrativo da história. Mas essa renda
não voltou ao Brasil e apenas 2% da receita serão distribuídos em projetos
sociais e de desenvolvimento do futebol no País. Enquanto isso, pelo menos seis
dos 12 estádios estão com sérias dificuldades para se financiar, fecharam ou
foram pegos no meio de escândalos de corrupção. Para a FIFA, porém, esse é
agora um problema do Brasil. Um dos diretores da entidade futebolística, Walter
Gregório, ao ser questionado sobre o que fazer com os estádios vazios,
simplesmente declarou: Não tratamos do
Brasil. Outro alto dirigente frisou: A
Copa de 2014 é passado”. Claro, depois de te enchido as burras com o
dinheiro que os brasileiros pagamos, a FIFA simplesmente não quer indagações.
É evidente, no entanto, que a opinião pública mundial não
ficou tão satisfeita assim com a facilidade com que os cartolas da FIFA
ganharam rios de dinheiro com tão pouco esforço e deixando para trás um rebanho
dinossâurico de estádios vazios. A respeito escreve o jornalista Jamil Chade:
“A FIFA viveu seu momento mais difícil entre 2013 e 2014 diante dos protestos
no Brasil contra a Copa. O impacto das manifestações foi sentido em diversos
países e governos europeus optaram por não se candidatar para sediar grandes
eventos esportivos, temendo a reação popular. No Comitê Olímpico Internacional,
uma reforma foi implementada para tornar os megaeventos mais transparentes”.
São lembradas as decisões da Suécia, de não sediar a Copa do
Mundo de Futebol, e da Suíça, de não ser sede das Olimpíadas de Inverno. O
motivo para ambos os países é o mesmo: não comprometer dinheiro público com um
empreendimento de valor duvidoso para os cidadãos comuns que pagam impostos.
Antes dessa reação internacional, o Brasil, sob o comando do general
Figueiredo tinha tido o bom senso de não aceitar o canto de sereia da FIFA, em
1986, após a Colômbia não ter aceitado sediar a Copa. Para o general
Figueiredo, o Brasil já tinha problemas suficientes com a alta dos preços do
petróleo; além do mais, o valor dos ingressos sugerido pela FIFA seria
incompatível com o poder aquisitivo da população.
A atitude dos cartolas da FIFA é de revanche, em face dos
questionamentos que se levantaram pelo mundo afora, diante da pouca
transparência com que foram tratadas as coisas em relação à Copa, tanto por
parte da entidade futebolística quanto do lado do governo brasileiro. Não
adianta dizer, como frisou um dirigente da FIFA, que “a realidade é que o
problema é do Brasil, não do futebol”. Claro que também é problema do futebol, pela
forma ardilosa em que são tratadas as questões no seio da entidade
internacional, como se fosse um superpoder que não deve prestar contas a
ninguém. Claro que também é responsabilidade do governo brasileiro. As
passeatas que ainda ocorrem nas nossas cidades são prova disso. É o Petrolão,
mas é também a Copa. Não houve uma prestação de contas adequada e a opinião
pública espera por isso há meses. O cartola Walter de Gregório brincou dizendo:
“Peguei outro dia o jornal e pensei que estávamos de volta na Copa”. Claro que
os cidadãos brasileiros que saíram às ruas no dia 15 de março passado ainda
estavam pensando no rombo orçamentário da Copa e protestavam também por este
malfeito!
Os ratos, digo, os robôs começam a abandonar o barco do
governo Dilma. Mas não porque a sociedade não tenha alternativas, segundo insinuava
documento oficial. Como frisava Fernando Gabeira no seu blog: “Discordo de uma
afirmação no documento vazado do Planalto: o
Brasil vive um caos político. Dois milhões de pessoas protestam nas ruas
sem um incidente digno de registro. Existe maturidade para superar a crise, sem
violência” [“Os robôs abandonam o barco”, in: gabeira.com.br/os-robôs-abandonam-o-barco/
27/03/2015]. Com certeza a pergunta de um dos cartolas da FIFA se colocou do
lado das indagações dos brasileiros: “Ela (Dilma) fica até quando no poder?”
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