Utilizo, para título
deste comentário, a expressão acima, da lavra do filósofo polonês Leszek
Kolakovski (1926), para designar o regime comunista após o “Relatório Krushov”
(1956). Esse dístico apareceu depois em obras de Kolakovski como: Marxismo, utopia e anti-utopia (1981) e Nascimento, desenvolvimento e
dissolução do marxismo (1985)
e seria amplamente usado por vários autores após a queda do Muro de Berlin
(1989).
Para mim, a expressão “A
grande mentira” caracteriza muito bem o regime petralha que, mediante
subterfúgios e agredindo a legislação, tenta reeleger a presidente Dilma no
próximo dia 26.
Não é de hoje que os
petralhas aparelharam o Estado brasileiro. A lenta ocupação do mamute
tupiniquim já vem de longa data e começou desde que o PT se entende como
organização político partidária. Nascido sob as asas do regime militar, do qual
Lula foi X-9, e filhote do casamento “non santo” da Igreja Católica com o
movimento sindical , o PT sempre gostou de uma boquinha (como denunciava Garotinho
anos atrás).
Mas o PT não ficou
apenas na busca das “boquinhas”, a fim de juntar gulosamente o dízimo da
militância. Fez mais. Tornou essa operação de ocupação da máquina pública,
tenaz movimento silencioso de operação gramsciana, após a criação do Foro de
São Paulo por Lula e Fidel, no início dos anos noventa do século passado, a fim
de dar sobrevida ectoplasmática ao cadáver do comunismo, que já tinha sido
enterrado sem choro nem vela na Europa. Como frisava o finado Millôr Fernandes,
“quando as ideologias ficam bem velhinhas vêm morar no Brasil”. Isso é mais
verdadeiro ainda no caso da petralhada, que adotou todas as teses do leninismo,
a começar pela forma terrorista de fazer política, “assassinando reputações”
(como ilustrou fartamente Tuminha no seu magnífico livro) e assassinando mesmo
(como nos casos dos prefeitos Celso Daniel e Toninho).
Não estranha, assim, que
tanto Lula, quanto Dilma e a militância petralha, tenham mostrado os dentes
nesta campanha, praticando baixarias e utilizando sem dó (e sem um pio do TSE,
comandado pelo fiel companheiro Toffoli) a máquina pública. Universidades, rede
hospitalar federal, fundações ligadas ao governo, Empresa de Correios, etc.,
tudo foi posto a serviço da campanha reelecionista, sem o menor pudor. Até
Institutos oficiais de pesquisa (que gozavam de reputação ilibada antes do
ciclo lulopetralha, como o IPEA e o IBGE), além dos próprios institutos de
pesquisa eleitoral, foram cooptados. Algum dia ficaremos conhecendo o tamanho
da dinheirama gasta pelos petralhas nessas ações “estratégicas”.
A petralhada aprendeu o
aparelhamento dos institutos de pesquisa e dos órgãos de opinião com os
cubanos, eficientes profissionais na matéria, que conseguiram levar para Havana
o Ministério da Informação venezuelano durante o consulado do finado ditador
Chávez, tendo mantido essa situação sob o regime de Maduro. Ora, os “irmãos” da
ilha comunista não duvidarão em ampliar a “assessoria” que já prestam aos
petralhas na área da propaganda, caso Dilma vença a eleição.
O próximo objetivo a ser
atingido no Brasil será a ocupação da imprensa e a eliminação da liberdade de
informação, como ocorreu na Venezuela. Se a operação “médicos sem fronteiras”
(leia-se: “militantes sem fronteiras”) deu certo, por que não ampliar a presença
dos irmãos Castro, como fizeram na Venezuela, estendendo essa invasão nada
humanitária a outras áreas como segurança pública, imprensa e comunicações?
Tudo em benefício, claro, do comunismo e da falida economia da ilha.
O PT realizou ampla
propaganda acerca do que faria num segundo governo Dilma, como se já não
tivesse tido doze anos para cumprir com as suas promessas. Ora, desde os dois
governos Lula e especialmente na péssima administração da Dilma, a petralhada
conseguiu derrubar, uma a uma, todas as promessas que foi fazendo – e
repetindo-as nesta campanha, com a maior cara de pau, como se estivesse falando
pela primeira vez -.
No terreno econômico, as
mirabolantes promessas de que a economia iria nos catapultar a índices chineses
de desenvolvimento, com crescimento e distribuição de renda de tipo europeu ou
americano, se traduziram em queda constante dos patamares de desenvolvimento,
com as marcas negativas que hoje nos afetam. O modelo econômico inicialmente
perseguido pelos petralhas estava calcado no desenvolvimentismo do ciclo
militar (tão condenado por eles). Presença forte do Estado intervencionista,
que com auxílio do BNDES guinda às alturas alguns empresários, para apresenta-los
ao Brasil e ao mundo como “campeões de bilheteria”. Esse modelo, que deu certo
nos anos sessenta do século passado, quando os juros internacionais eram baixos
e havia dinheiro sobrando, antes dos choques do petróleo, hoje, no entanto, não
funciona. Está defasado. Também pudera! Isso funcionou há cinquenta anos. Mas
hoje a história é outra.
Pesou na atual
quebradeira petralha uma dupla ordem de fatores: incapacidade da equipe da área
econômica, chefiada pela “presidenta” e a roubalheira que se instalou no país,
a começar por estatais outrora prósperas como a Petrobrás, que da 11ª posição
mundial descambou para a 112ª entre as empresas do setor petrolífero. Outra
instituição, que foi “usada e abusada” pelos companheiros foi a Caixa Econômica
Federal, hoje praticamente quebrada. Faz bem o candidato Aécio Neves em
prometer, caso seja eleito, uma rigorosa devassa nessa instituição, bem como no
BNDES, a fim de esclarecer os duvidosos “empréstimos” a regimes marginais como
Cuba e alguns países africanos, feitos com critérios puramente clientelistas,
em benefício do PT.
Hoje, a Petrobrás é uma
indigente internacional que mal se sustenta. Os salários dos funcionários da
estatal caíram 35 % ao longo dos governos petralhas. Nem para isso foi hábil a
equipe econômica da petralhada, que não conseguiu manter os salários pagos aos funcionários
da empresa. Quanto menos para garantir ganhos aos acionistas que acreditaram
nas mensagens cor de rosa de Lula e Dilma.
O programa “Bolsa
Família”, de que tanto se orgulham Lula e Dilma, apresentando-o como criação
petralha, foi copiado de outros, a começar pelo Banco Mundial (tão demonizado
pelos petralhas), como lembrou o professor e pesquisador Simon Schwartzman recentemente.
A propósito, ele
escrevia: “Lula chegou ao poder em 2002 anunciando o Fome Zero, que pretendia
mobilizar a sociedade e colocar toda a produção agrícola do país nas mãos do
Estado para garantir a segurança
alimentar da população. Mal
nascido, o programa foi enterrado depois que o IBGE mostrou que, mais do que a
fome, o problema do país era a pobreza e a obesidade. Em seu lugar veio o Bolsa
Família, inspirado nos programas de transferência
condicionada de dinheiro que
já existiam no México (Oportunidades), Colômbia (Famílias en Acción), Chile
(Subsidio Unitario Familiar) e outros. O grande incentivador desses programas
era o Banco Mundial, que propunha que as políticas sociais deveriam ser
focalizadas nos mais pobres e que por isto foi acusado de tentar destruir as
políticas universais que, no Brasil, ainda colocam a maior
parte dos recursos nas mãos dos mais ricos”. (Simon Schwartzman, “Ideologia e
realidade”, Folha de S. Paulo, 20-10-2014).
No terreno político, os
petralhas conseguiram manietar e desprestigiar o Legislativo, com os dois
mensalões e mediante a perversa propaganda que jogou todo o peso da corrupção
dos larápios sobre a classe política, deixando o Executivo como salvador da
pátria. Ao longo dos dois governos de Lula, o ex-presidente, que foi o mentor
de todas as gatunagens em que se envolveu o Congresso, saiu branquinho como uma
pomba. Mas a miragem conseguida com maciça propaganda hoje já não engana mais
ninguém. O próprio Executivo, depois do desgaste do desgoverno de Dilma sairá
chamuscado com as faíscas do incêndio do mensalão II.
Das latrinas dos
subterrâneos da Presidência da República saem os rios de imundície que hoje
maculam o governo e os seus colaboradores, como está sendo provado nas
denúncias do segundo mensalão. Isso a opinião pública já está sabendo. Após o
estado de prostração moral em que o Legislativo foi colocado, ficará muito
fácil, num segundo governo Dilma, submeter de vez os congressistas, tornando o
Legislativo uma monótona cópia xerox do Executivo, como ocorre na Venezuela ou
em Cuba.
Paralelamente a essa
ação de desprestígio do Legislativo, a petralhada tentou aparelhar o
Judiciário, mediante a nomeação de juízes favoráveis à sua causa. Felizmente
nem todos os nomeados por Lula e Dilma se curvaram às exigências do PT, como o
ministro Joaquim Barbosa, hoje infelizmente aposentado. Mas restaram os “fiéis
companheiros” Levandowski e Toffoli (este último, exercendo a função
estratégica de presidente do TSE), para garantir a defesa incondicional dos
interesses petralhas.
Nem falar, ainda no
terreno político, do vergonhoso desprestígio em que a petralhada conseguiu
fazer afundar o Itamaraty. Os nossos diplomatas, até o início da era
lulopetista, eram respeitados em todo o mundo, se caracterizando por executar
uma política de Estado, sobranceira aos interesses político-partidários. Lula
conseguiu destruir essa imagem positiva e substituí-la por uma diplomacia a
serviço dos tacanhos interesses ideológicos da petralhada. Sob o comando dele,
continuando no governo de Dilma, o Brasil passou a se alinhar com as nações
párias (como Cuba e Coreia do Norte), deixando de praticar uma política que
respondesse aos interesses brasileiros. O PT pratica uma diplomacia de baixo
teor, alinhando o Brasil com o que há de mais atrasado no cenário
internacional. A mais recente pérola dessa desgraça foi o alinhamento da
"presidenta", na sessão inaugural da ONU, este ano, com os genocidas
do Estado Islâmico. Vergonha internacional!
No terreno da educação,
o fracasso petralha foi completo. Lula se gabava de ter criado mais
universidades que Fernando Henrique Cardoso. Hoje é sabido que essas
Universidades, criadas a toque de caixa ao longo do território nacional, saíram
do papel de forma atabalhoada, sem que tivessem professores e com a estrutura
acadêmica ainda não preparada. Algumas nem salas de aula possuíam. A pérola da
coroa de Lula, que era a Universidade do ABC, amargou vários meses de greve, no
ano passado, em decorrência da falta de professores. No ensino primário e
secundário o fracasso foi rotundo. A qualidade nos estabelecimentos públicos
não para de cair, e a posição do Brasil no ranking internacional desabou, nas
avaliações feitas por entidades idôneas. A lorota petralha nessa área não se
sustenta.
Lidamos com armas
díspares ao enfrentarmos o PT. Os petralhas estão inspirados na ética
totalitária, conhecida pelo princípio de que “os fins justificam os meios”. Por
essa razão “estão fazendo o diabo” nesta campanha, como tinha prometido o
ministro da Casa Civil de Dilma, Gilberto Carvalho. Todo mundo sabe disso. Daí
a importância de fecharmos fileiras ao redor de Aécio que hoje representa a
fresta por onde poderemos salvar a liberdade ameaçada. “Libertas quae sera
tamen”: “Liberdade ainda que tardia!” Nunca foi tão atual o belo ditado, que
orna a bandeira do Estado de Minas Gerais.
Paps... Que decir... Tienes toda la razón. Estoy de acuerdo con cada una de las enumeraciones que has hecho de nuestros tristes últimos años. Lo único, para mi, es que los antecesores de estos, también merecerían una lista, sino tan larga como esta, bastante crítica a punto de descalificarlos como opción. Triste tener que votar en el candidato que suena menos peor. Así me siento yo. No hay cuadros nuevos, no hay nuevo discurso. Y la vieja polarización - y no los programas políticos - es lo que anima las elecciones y la militancia. Has visto como están las redes sociales? Más parecen peleas de viejas chismosas. Nadie se propone a defender el programa de su candidato, a criticarlo, sino dicen 'somos nosotros contra ellos', como si las elecciones fueran una pelea al final de una partida de fútbol. Lo peor, la gente no se da cuenta de la manipulación que sufre. Triste y sin opciones es como me siento yo.
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