A derrota humilhante sofrida pelo Brasil na passada Copa do Mundo de Futebol está sendo interpretada como uma prova de que o país anda mal das pernas. Não foi apenas nos campos esportivos que a nossa estrela se opacou. Também perdeu seu brilho no cenário internacional. Reconhecer esse fato é essencial para que possamos fazer frente à dura realidade que nos espera nos próximos meses.
O lulismo, que se concretizou em doze anos de governos corruptos e ineficientes, foi o grande leviatã que tragou as nossas esperanças. A sociedade brasileira apostou na miragem lulopetista. E se enganou redondamente. O principal pecado da petralhada no poder consistiu em tomar a parte, o Partido dos Trabalhadores, como o todo, o Estado brasileiro, que deveria funcionar em benefício da Nação, não de um partido. Ora, todos sabemos que os petralhas colocaram o Partido acima de tudo. E deu no que deu: aparelhamento total do Estado em função dos interesses hegemônicos do PT.
Essa deformidade institucional do PT, de se achar superior à Nação e ao Estado, que é o instrumento político desta, conduziu a duas derrapagens graves da nossa marcha institucional. No terreno das relações internacionais, o Estado brasileiro virou servidor de Estados párias como o cubano, desenvolvendo políticas em benefício de Cuba e dos Estados párias por ela servidos como a Coreia do Norte. Essa foi, nem mais nem menos, a linha política seguida quando o governo brasileiro decidiu fazer bondades com o governo dos irmãos Castro, construindo, com financiamento do BNDES, o Porto de Mariel, a fim de tornar possíveis as exportações ilegais de armamentos para a ditadura norte-coreana.
Nessa linha de colocar as relações exteriores do Brasil em função dos interesses petistas, foi desenvolvida a política externa dos governos Lula que foi continuada por Dilma. A ideologia tomou a dianteira, por cima das conveniências do país. O Foro de São Paulo agiu como carta de viagem da petralhada no poder e terminou desvalorizando a séria política exterior que o Itamaraty tinha construído com paciência e grande dedicação, em décadas anteriores. O rico legado da casa do Barão do Rio Branco foi simplesmente jogado pela janela.
No plano interno, a deformidade da política petralha se manifestou no aparelhamento de todos os institutos que, como o IBGE e o IPEA, antes prestavam serviços ao Estado para melhor servir à Nação, passando a cooptá-los em benefício da hegemonia lulopetista.
De outro lado, parece que era necessário que o Brasil passasse por esse perrengue, a fim de desmistificar de uma vez por todas o falso messianismo que ainda anima a Lula e seus sequazes. As nações não aprendem com as desgraças dos outros. Precisávamos tocar o fundo do poço, para que acordássemos e deixássemos de acreditar que o sapo barbudo tinha algo de bom a oferecer aos brasileiros.
O lulismo, que se concretizou em doze anos de governos corruptos e ineficientes, foi o grande leviatã que tragou as nossas esperanças. A sociedade brasileira apostou na miragem lulopetista. E se enganou redondamente. O principal pecado da petralhada no poder consistiu em tomar a parte, o Partido dos Trabalhadores, como o todo, o Estado brasileiro, que deveria funcionar em benefício da Nação, não de um partido. Ora, todos sabemos que os petralhas colocaram o Partido acima de tudo. E deu no que deu: aparelhamento total do Estado em função dos interesses hegemônicos do PT.
Essa deformidade institucional do PT, de se achar superior à Nação e ao Estado, que é o instrumento político desta, conduziu a duas derrapagens graves da nossa marcha institucional. No terreno das relações internacionais, o Estado brasileiro virou servidor de Estados párias como o cubano, desenvolvendo políticas em benefício de Cuba e dos Estados párias por ela servidos como a Coreia do Norte. Essa foi, nem mais nem menos, a linha política seguida quando o governo brasileiro decidiu fazer bondades com o governo dos irmãos Castro, construindo, com financiamento do BNDES, o Porto de Mariel, a fim de tornar possíveis as exportações ilegais de armamentos para a ditadura norte-coreana.
Nessa linha de colocar as relações exteriores do Brasil em função dos interesses petistas, foi desenvolvida a política externa dos governos Lula que foi continuada por Dilma. A ideologia tomou a dianteira, por cima das conveniências do país. O Foro de São Paulo agiu como carta de viagem da petralhada no poder e terminou desvalorizando a séria política exterior que o Itamaraty tinha construído com paciência e grande dedicação, em décadas anteriores. O rico legado da casa do Barão do Rio Branco foi simplesmente jogado pela janela.
No plano interno, a deformidade da política petralha se manifestou no aparelhamento de todos os institutos que, como o IBGE e o IPEA, antes prestavam serviços ao Estado para melhor servir à Nação, passando a cooptá-los em benefício da hegemonia lulopetista.
De outro lado, parece que era necessário que o Brasil passasse por esse perrengue, a fim de desmistificar de uma vez por todas o falso messianismo que ainda anima a Lula e seus sequazes. As nações não aprendem com as desgraças dos outros. Precisávamos tocar o fundo do poço, para que acordássemos e deixássemos de acreditar que o sapo barbudo tinha algo de bom a oferecer aos brasileiros.
A pior saída seria que, emplacando nesse messianismo frustrado, a sociedade brasileira caia de novo no canto de sereia. Dilma já está dizendo, do alto do palanque-palácio-do-Planalto, que o Governo teve pleno sucesso ao realizar a "Copa das Copas", sem mencionar as falcatruas, as obras desnecessárias, as maracutaias nos contratos com as empreiteiras, os viadutos que já começaram a desabar, enfim, esse rosário de sem-vergonhices que todos conhecemos, praticado à luz da pressa e da falta de transparência.
Concordo plenamente com a lúcida análise que da situação do nosso país faz o prêmio Nobel Mário Vargas Llosa no seu artigo de 12 de Julho, publicado em El País de Madri com o título de "A máscara e o gigante". Reproduzo, a seguir, o artigo de Vargas Llosa, que traduz, a meu ver, de forma clara, a nossa triste realidade. Só adicionaria um elemento conceitual à análise do prêmio Nobel: tudo é fruto de uma volta à pior tradição do Patrimonialismo luso-brasileiro, que faz da coisa pública espaço a ser distribuído entre amigos e apaniguados como se se tratasse de patrimônio familiar a ser fatiado, deixando do lado de fora os 200 milhões de brasileiros que pagamos a conta.
A MÁSCARA E O GIGANTE
(Mário Vargas Llosa)
Fiquei muito envergonhado com a cataclísmica derrota do Brasil frente à Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, mas confesso que não me surpreendeu tanto. De um tempo para cá, a famosa seleção Canarinho se parecia cada vez menos com o que havia sido a mítica esquadra brasileira que deslumbrou a minha juventude, e essa impressão se confirmou para mim em suas primeiras apresentações neste campeonato mundial, onde a equipe brasileira ofereceu uma pobre figura, com esforços desesperados para não ser o que foi no passado, mas para jogar um futebol de fria eficiência, à maneira europeia.
Nada funcionava bem; havia algo forçado, artificial e antinatural nesse esforço, que se traduzia em um rendimento sem graça de toda a equipe, incluído o de sua estrela máxima, Neymar. Todos os jogadores pareciam sob rédeas. O velho estilo – o de um Pelé, Sócrates, Garrincha, Tostão, Zico – seduzia porque estimulava o brilho e a criatividade de cada um, e disso resultava que a equipe brasileira, além de fazer gols, brindava um espetáculo soberbo, no qual o futebol transcendia a si mesmo e se transformava em arte: coreografia, dança, circo, balé.
Os críticos esportivos despejaram impropérios contra Luiz Felipe Scolari, o treinador brasileiro, a quem responsabilizaram pela humilhante derrota, por ter imposto à seleção brasileira uma metodologia de jogo de conjunto que traía sua rica tradição e a privava do brilhantismo e iniciativa que antes eram inseparáveis de sua eficácia, transformando seus jogadores em meras peças de uma estratégia, quase em autômatos.
Contudo, eu acredito que a culpa de Scolari não é somente sua, mas, talvez, uma manifestação no âmbito esportivo de um fenômeno que, já há algum tempo, representa todo o Brasil: viver uma ficção que é brutalmente desmentida por uma realidade profunda.
Tudo nasce com o governo de Luis Inácio 'Lula' da Silva (2003-2010), que, segundo o mito universalmente aceito, deu o impulso decisivo para o desenvolvimento econômico do Brasil, despertando assim esse gigante adormecido e posicionando-o na direção das grandes potências. As formidáveis estatísticas que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística difundia eram aceitas por toda a parte: de 49 milhões os pobres passaram a ser somente 16 milhões nesse período, e a classe média aumentou de 66 para 113 milhões. Não é de se estranhar que, com essas credenciais, Dilma Rousseff, companheira e discípula de Lula, ganhasse as eleições com tanta facilidade. Agora que quer se reeleger e a verdade sobre a condição da economia brasileira parece assumir o lugar do mito, muitos a responsabilizam pelo declínio veloz e pedem uma volta ao lulismo, o governo que semeou, com suas políticas mercantilistas e corruptas, as sementes da catástrofe.
A verdade é que não houve nenhum milagre naqueles anos, e sim uma miragem que só agora começa a se esvair, como ocorreu com o futebol brasileiro. Uma política populista como a que Lula praticou durante seus governos pôde produzir a ilusão de um progresso social e econômico que nada mais era do que um fugaz fogo de artifício. O endividamento que financiava os custosos programas sociais era, com frequência, uma cortina de fumaça para tráficos delituosos que levaram muitos ministros e altos funcionários daqueles anos (e dos atuais) à prisão e ao banco dos réus.
As alianças mercantilistas entre Governo e empresas privadas enriqueceram um bom número de funcionários públicos e empresários, mas criaram um sistema tão endiabradamente burocrático que incentivava a corrupção e foi desestimulando o investimento. Por outro lado, o Estado embarcou muitas vezes em operações faraônicas e irresponsáveis, das quais os gastos empreendidos tendo como propósito a Copa do Mundo de futebol são um formidável exemplo.
O governo brasileiro disse que não havia dinheiro público nos 13 bilhões que investiria na Copa do Mundo. Era mentira. O BNDES (Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou quase todas as empresas que receberam os contratos para obras de infraestrutura e, todas elas, subsidiavam o Partido dos Trabalhadores, atualmente no poder. (Calcula-se que para cada dólar doado tenham obtido entre 15 e 30 em contratos).
As obras em si constituíam um caso flagrante de delírio messiânico e fantástica irresponsabilidade. Dos 12 estádios preparados, só oito seriam necessários, segundo alertou a própria FIFA, e o planejamento foi tão tosco que a metade das reformas da infraestrutura urbana e de transportes teve de ser cancelada ou só será concluída depois do campeonato. Não é de se estranhar que o protesto popular diante de semelhante esbanjamento, motivado por razões publicitárias e eleitoreiras, levasse milhares e milhares de brasileiros às ruas e mexesse com todo o Brasil.
As cifras que os órgãos internacionais, como o Banco Mundial, dão na atualidade sobre o futuro imediato do país são bastante alarmantes. Para este ano, calcula-se que a economia crescerá apenas 1,5%, uma queda de meio ponto em relação aos dois últimos anos, nos quais somente roçou os 2%. As perspectivas de investimento privado são muito escassas, pela desconfiança que surgiu ante o que se acreditava ser um modelo original e resultou ser nada mais do que uma perigosa aliança de populismo com mercantilismo, e pela teia burocrática e intervencionista que asfixia a atividade empresarial e propaga as práticas mafiosas.
Apesar de um horizonte tão preocupante, o Estado continua crescendo de maneira imoderada – já gasta 40% do produto bruto – e multiplica os impostos ao mesmo tempo que as “correções” do mercado, o que fez com que se espalhasse a insegurança entre empresários e investidores. Apesar disso, segundo as pesquisas, Dilma Rousseff ganhará as próximas eleições de outubro, e continuará governando inspirada nas realizações e logros de Lula.
Se assim é, não só o povo brasileiro estará lavrando a própria ruína, e mais cedo do que tarde descobrirá que o mito sobre o qual está fundado o modelo brasileiro é uma ficção tão pouco séria como a da equipe de futebol que a Alemanha aniquilou. E descobrirá também que é muito mais difícil reconstruir um país do que destruí-lo. E que, em todos esses anos, primeiro com Lula e depois com Dilma, viveu uma mentira que seus filhos e seus netos irão pagar, quando tiverem de começar a reedificar a partir das raízes uma sociedade que aquelas políticas afundaram ainda mais no subdesenvolvimento. É verdade que o Brasil tinha sido um gigante que começava a despertar nos anos em que governou Fernando Henrique Cardoso, que pôs suas finanças em ordem, deu firmeza à sua moeda e estabeleceu as bases de uma verdadeira democracia e uma genuína economia de mercado. Mas seus sucessores, em lugar de perseverar e aprofundar aquelas reformas, as foram desnaturalizando e fazendo o país retornar às velhas práticas daninhas.
Não só os brasileiros foram vítimas da miragem fabricada por Lula da Silva, também o restante dos latino-americanos. Por que a política externa do Brasil em todos esses anos tem sido de cumplicidade e apoio descarado à política venezuelana do comandante Chávez e de Nicolás Maduro, e de uma vergonhosa “neutralidade” perante Cuba, negando toda forma de apoio nos organismos internacionais aos corajosos dissidentes que em ambos os países lutam por recuperar a democracia e a liberdade. Ao mesmo tempo, os governos populistas de Evo Morales na Bolívia, do comandante Ortega na Nicarágua e de Correa no Equador – as mais imperfeitas formas de governos representativos em toda a América Latina – tiveram no Brasil seu mais ativo protetor.
Por isso, quanto mais cedo cair a máscara desse suposto gigante no qual Lula transformou o Brasil, melhor para os brasileiros. O mito da seleção Canarinho nos fazia sonhar belos sonhos. Mas no futebol, como na política, é ruim viver sonhando, e sempre é preferível – embora seja doloroso – ater-se à verdade.
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