Os brios nacionalistas
saltaram à flor da pele da presidente Dilma e da petralhada no poder, ao ensejo
do alerta da Revista inglesa The Economist acerca da
confiabilidade da economia brasileira. Não se tratou de ofensa à nossa
dignidade nacional. Foi mais um alerta dos mercados internacionais acerca da
capacidade do Brasil de atrair investimentos em épocas de turbulência global e
vacas magras financeiras. Ora, o que os jornalistas da conceituada revista
queriam destacar era, a meu ver, o significado do péssimo gerenciamento da
nossa economia, entravada por um intervencionismo governamental asfixiante que
tolhe investimentos, afugenta inversionistas e assinala que voltamos aos tempos
da insegurança jurídica generalizada.
Esse significado é de que
não vale a pena investir no Brasil. Além das variáveis apontadas, destaquemos
estas outras que, sem dúvida, devem ter sido levadas em consideração pelos
observadores internacionais: em primeiro lugar, a corrupção generalizada desatada
pelos “companheiros” no poder, tanto no episódio do Mensalão, quanto no mais
recente affaire desvendado pela operação Porto Seguro que compromete de novo
figuras da alta cúpula petista, a começar pelo ex-presidente Lula. Em segundo lugar,
deve ser lembrada a baixíssima competitividade com que o Brasil se apresenta
perante as agências internacionais de classificação, em decorrência da
elevadíssima carga tributária e da desindustrialização. Em terceiro lugar, a situação
ruim da nossa infraestrutura aeroportuária, portuária e de rodovias. Em quarto
lugar, os baixíssimos índices de qualidade da nossa educação, com as conseqüências
seriíssimas que daí decorrem para o desenvolvimento econômico. Em quinto lugar,
o péssimo gerenciamento da Petrobrás em face da política de preços dos
combustíveis, que está descapitalizando a empresa (que caiu, nas mãos petistas,
numa espécie de síndrome mexicana para pagar o populismo de plantão). Em sexto
lugar, o aparelhamento, pela petralhada, de outrora confiáveis agências de pesquisa
como o IPEA e o IBGE, que passaram a dizer o que o governo quer, não o que de
fato acontece na realidade econômica brasileira. Por último, o desastre que é a
nossa infraestrutura em saúde pública e em segurança.
De nada valem os arroubos
nacionalistas da chefe do Executivo para dar resposta a essa preocupação dos
mercados. Contrariamente ao que o bom senso assinala, em lugar de escutar o
alerta dos que conhecem a atual conjuntura econômica mundial, o governo prefere
fazer eco à tresloucada reação dos populismos que o cercam: efetivamente,
Chávez e a presidente Kirchner teriam dito, em termos de resposta à mídia, mais
ou menos as mesmas palavras da Dilma. Não faremos nada do que os observadores
internacionais aconselham. Em
compensação, revitalizaremos os laços político-ideológicos do Mercosul, em
torno a um populismo econômico que traz inflação e afugenta investidores.
Populistas da América Latina, uni-vos! Essa é a nova consigna revolucionária.
Parece que há outro ingrediente: o incentivo ao consumismo financiado pelo qual a população e o governo estão se endividando.
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