Sob a coordenação da Professora Doutora Maria do Céu Patrão Neves, catedrática da Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, acaba de ser publicado o livro intitulado Ética: dos fundamentos às práticas (Lisboa: Edições 70, 2016, 298 pgs.).
A obra, iniciativa de grande valor patrocinada pela Presidência da República Portuguesa, integra uma série de livros dedicados ao estudo da Ética Aplicada. A coleção consta dos seguintes volumes, que abarcam os vários itens da ação humana considerados do ângulo dos valores morais: Ambiente, Animais, Comunicação Social, Economia, Educação, Investigação Científica, Novas Tecnologias, Política, Relações Internacionais, Saúde e Serviço Social.
A obra que ora apresento é integrada pelos seguintes capítulos: "Na senda da inquietude" (nota introdutória, a cargo da Profa. Maria do Céu Patrão Neves); "Um ponto de vista sobre a filosofia hoje" (António Manuel Martins, Universidade de Coimbra), "A filosofia no mundo atual" (Ricardo Vélez Rodríguez, Faculdade Arthur Thomas - Londrina e UFJF); "A teoria da ação" ( Isabel Renaud e Michel Renaud, Universidade Nova de Lisboa); "Racionalidade prática" (Carlos Morujãom Universidade Católica Portuguesa - Lisboa); "Conceitos que pensam a ação" (João Cardoso Rosas, Universidade do Minho); "Ingredientes da vida moral" (Manuel J. do Carmo Ferreira, Academia de Ciências de Lisboa); "A evolução histórica da Ética" (Michel Renaud, Universidade Nova de Lisboa); "La deliberación como método de la Ética" (Diego Gracia, Universidad Complutense de Madrid); "Éticas de principios e a abordagem particularista"(Pedro Galvão, Universidade de Lisboa); "Relativismo moral e universalismo ético" (Acilio da Silva Estanqueiro Rocha, Universidade do Minho); "Racionalidade hermenêutica e éticas aplicadas no mundo contemporâneo" (Maria Luísa Portocarrero, Universidade de Coimbra); "Ética e educação" (Maria Pereira Coutinho, Universidade Nova de Lisboa); "A ética no contexto das ciências humanas" (Cassiano Reimão, Universidade Nova de Lisboa); "A ética no contexto das ciências da Natureza" (Maria Manuel Araújo Jorge, Universidade do Porto); "Ética geral e éticas aplicadas" (José Henrique Silveira de Brito, Universidade Católica Portuguesa).
A seguir, transcrevo o capítulo de minha autoria, intitulado: "A Filosofia no Mundo Atual".
A criação filosófica, no Ocidente, deu-se em três planos: formulação de perspectivas, construção de sistemas e discussão de problemas. As três formas de criação do pensamento filosófico estão entrelaçadas. As perspectivas são como panos de fundo sobre os quais se desenvolve a atuação do conhecimento, enquanto que a construção de sistemas, que pressupõe esses panos de fundo, ocorre a partir da discussão de determinados problemas que capitalizaram a atenção dos homens em diferentes épocas da história, a partir da escolha de determinada Idéia matriz.
A obra, iniciativa de grande valor patrocinada pela Presidência da República Portuguesa, integra uma série de livros dedicados ao estudo da Ética Aplicada. A coleção consta dos seguintes volumes, que abarcam os vários itens da ação humana considerados do ângulo dos valores morais: Ambiente, Animais, Comunicação Social, Economia, Educação, Investigação Científica, Novas Tecnologias, Política, Relações Internacionais, Saúde e Serviço Social.
A obra que ora apresento é integrada pelos seguintes capítulos: "Na senda da inquietude" (nota introdutória, a cargo da Profa. Maria do Céu Patrão Neves); "Um ponto de vista sobre a filosofia hoje" (António Manuel Martins, Universidade de Coimbra), "A filosofia no mundo atual" (Ricardo Vélez Rodríguez, Faculdade Arthur Thomas - Londrina e UFJF); "A teoria da ação" ( Isabel Renaud e Michel Renaud, Universidade Nova de Lisboa); "Racionalidade prática" (Carlos Morujãom Universidade Católica Portuguesa - Lisboa); "Conceitos que pensam a ação" (João Cardoso Rosas, Universidade do Minho); "Ingredientes da vida moral" (Manuel J. do Carmo Ferreira, Academia de Ciências de Lisboa); "A evolução histórica da Ética" (Michel Renaud, Universidade Nova de Lisboa); "La deliberación como método de la Ética" (Diego Gracia, Universidad Complutense de Madrid); "Éticas de principios e a abordagem particularista"(Pedro Galvão, Universidade de Lisboa); "Relativismo moral e universalismo ético" (Acilio da Silva Estanqueiro Rocha, Universidade do Minho); "Racionalidade hermenêutica e éticas aplicadas no mundo contemporâneo" (Maria Luísa Portocarrero, Universidade de Coimbra); "Ética e educação" (Maria Pereira Coutinho, Universidade Nova de Lisboa); "A ética no contexto das ciências humanas" (Cassiano Reimão, Universidade Nova de Lisboa); "A ética no contexto das ciências da Natureza" (Maria Manuel Araújo Jorge, Universidade do Porto); "Ética geral e éticas aplicadas" (José Henrique Silveira de Brito, Universidade Católica Portuguesa).
A seguir, transcrevo o capítulo de minha autoria, intitulado: "A Filosofia no Mundo Atual".
A criação filosófica, no Ocidente, deu-se em três planos: formulação de perspectivas, construção de sistemas e discussão de problemas. As três formas de criação do pensamento filosófico estão entrelaçadas. As perspectivas são como panos de fundo sobre os quais se desenvolve a atuação do conhecimento, enquanto que a construção de sistemas, que pressupõe esses panos de fundo, ocorre a partir da discussão de determinados problemas que capitalizaram a atenção dos homens em diferentes épocas da história, a partir da escolha de determinada Idéia matriz.
Os grandes sistemas
filosóficos foram elaborados ao longo da Idade Média (nos séculos XII e XIII) e
na Modernidade (nos séculos XVII, XVIII e XIX). No século XX, em decorrência da
extraordinária explosão do pensamento científico (que fez com que, nos
primeiros sessenta anos dessa centúria as descobertas científicas superassem em
número as efetivadas ao longo dos dezenove séculos anteriores), a Filosofia
passou a ser tematizada preferentemente como discussão de problemas. A dimensão problemática da Filosofia na
contemporaneidade foi destacada notadamente por Nicolai Hartmann (1882-1950) na
sua obra intitulada: Auto exposição sistemática, Rodolfo
Mondolfo (1877-1976) em Problemas e métodos de investigação em
história da filosofia e Miguel Reale (1910-2006) em Experiência
e cultura.
Um panorama da
Filosofia Contemporânea na América Latina deve, portanto, elencar os principais
problemas debatidos ao longo dos séculos XX e XXI. Os três problemas
fundamentais ao redor dos quais tem sido pensada a filosofia na América Latina
no período em apreço são: I – a Totalidade, II – a Integração e III – a
Libertação. Esses itens, curiosamente, acompanham a tríade de ideais que deram
ensejo à Revolução Francesa: Igualdade
(Totalidade), Fraternidade
(Integração) e Liberdade
(Libertação). Indicarei, a seguir, as principais manifestações dessa reflexão.
I – A problemática da Totalidade.
Três autores
debruçaram-se hodiernamente sobre a problemática em apreço: Octavio Paz
(1914-1998), Vicente Ferreira da Silva (1916-1963) e Roque Spencer Maciel de
Barros (1927-1999).
Para Octavio Paz
(Prêmio Nobel de Literatura, 1990), a totalidade ameríndia do México é
sintetizada no sincretismo emergente dos mitos que inspiraram a cultura
mexicana: o catolicismo peninsular e a religião ameríndia (Nueva España: orfandad y
legitimidad, 1979). Esses mitos encontram a sua principal expressão, no
século XVII, no duplo processo de identificação de Quetzatcóatl com o Apóstolo
São Tomé e de Tontantzin com a Virgem de Guadalupe. O mito de Quetzatcóatl /
São Tomé exprime a universalidade da Nova Espanha, a sua renovação perante a
ordem antiga e a sua legitimidade. O mito de Tonantzin / Guadalupe conferiu ao
povo mexicano a sua legitimidade primordial no seio da Mãe / Montanha. A
respeito frisa: “O característico do caso mexicano não é que as supervivências
pré-colombianas se apresentem mascaradas, mas que é impossível separar a
máscara do rosto: fundiram-se. O homem hispano-americano não pode ser entendido
sem referência a esse pano de fundo sincrético e totalizante”.
O filósofo brasileiro
Vicente Ferreira da Silva (que se inspira em Heidegger, Schelling, Walter Otto,
Karl Kerényi e Mircea Eliade), considera que no inconsciente dos povos
preexiste uma realidade inaugural constituída pelo Fascinator e que se revela na Mitologia. A fundação da cultura é um
acontecimento primordial, de caráter meta-histórico. A expressão mito-poética
é, no seio das culturas, a melhor forma para apreender a sua alma. À luz dos
mitos ameríndios seria possível resgatar a originalidade do filosofar latino-americano,
preservando a ideia de cultura como totalidade e incorporando a mitologia
judaico-cristã, à luz da qual se forma a ideia da história como progresso.
(Este aspecto do pensamento de Ferreira da Silva tem sido destacado por dois
estudiosos da sua obra: Adolpho Crippa e Constança Marcondes César). À luz das
mitologias ibéricas e ameríndias seria possível, também, formular uma moral lúdica, contraposta às éticas
utilitaristas de desencantamento do mundo.
O pensador brasileiro
Roque Spencer Maciel de Barros entende que a realização humana, nos terrenos
econômico, cultural e político, deve ser aprofundada do ângulo da natureza do
homem. Porque nesta residem as possibilidades da liberdade e do totalitarismo (O
fenômeno totalitário). Tal fenômeno tornou-se realidade institucional
no século XX, em decorrência do avanço das ciências a serviço dos Estados. Mas
as suas raízes aprofundam-se na tradição filosófica ocidental, desde Platão,
passando por Rousseau e chegando até a contemporaneidade. O totalitarismo nega
tanto a realização do indivíduo quanto da comunidade. A melhor forma de
prevenir esse risco num determinado país consiste em conhecer o fenômeno
totalitário na sua inteireza. Nas culturas ibero-americanas, herdeiras do
absolutismo ibérico pós-feudal, há sementes de totalitarismo, na medida em que
a questão da liberdade dos indivíduos e das comunidades muitas vezes é deixada
em segundo plano, em aras de um populismo autoritário. Na tentativa em prol de
constituir a comunidade, o homem latino-americano deve levar em consideração,
especialmente, a questão da liberdade individual, sem a qual não haverá
verdadeira comunidade. Isso deve ser levado em consideração no terreno
educacional, a fim de que o sistema de ensino seja uma autêntica educação para
a liberdade, não para a servidão.
II – A problemática da Integração.
Três autores
privilegiaram, na sua reflexão, a temática da Integração: José Vasconcelos
(1882-1959), Francisco Romero (1891-1962) e Otto Morales Benítez (1920-2015).
O filósofo mexicano
José Vasconcelos, na sua obra Indología, considerava que a
essência da realidade, a energia, só
poderia ser apreendida mediante a intuição
estética (primeira faculdade da alma), não pelo caminho da razão
discursiva. Os povos europeus, caducos, afastaram-se, em decorrência do
materialismo e do racionalismo, do caminho da intuição estética. Aos povos ibero-americanos herdeiros da
“mestiçagem universal”, cabe a missão de apreender o cerne da realidade (a energia) e, a partir dela, regenerar as
caducas sociedades ocidentais. A capital da cultura estaria situada na cidade
de “Universópolis”, a ser construída na região amazônica. Esta cidade seria
expressão do terceiro estado da Humanidade (o estético), que ensejaria a superação dos imperfeitos estados
anteriores (o material ou guerreiro e
o intelectual, ou político). A
integração ibero-americana ocorreria por força do élan criador da raça integral ou raça cósmica, que teria como missão conduzir a Humanidade até a sua
plenitude.
O pensador argentino
Francisco Romero na sua obra: Sobre a filosofia na América,
alicerçava a sua concepção da integração latino-americana numa filosofia de
inspiração anti-positivista e espiritualista, polarizada ao redor de dois
pontos: a axiologia e o personalismo. Para ele, o espírito reveste-se de um
valor absoluto ao se tornar presente na pessoa. Romero considerava que a
América Latina seria uma grande Nação, em cujo seio conviveriam, pacificamente,
todos os povos latino-americanos. A possibilidade de que esse ideal se
concretize depende do desenvolvimento da consciência acerca dos valores comuns,
que fundamentam a cultura latino-americana. Essa consciência se desenvolve no seio
da meditação filosófica. Em face dessa grandiosa perspectiva, os pensadores
latino-americanos têm um dever moral:
criar os elos de comunicação entre os diversos países, superando, no diálogo
intelectual desinteressado e aberto, os tacanhos particularismos. Esse exemplo
será a base cultural sobre o qual se formará a consciência comum, que será a base da integração econômica e
política.
Para o pensador e
ensaísta colombiano Otto Morales Benítez a integração latino-americana, que
constituía o grande ideal de Bolívar, não é uma realidade simples. Esse ideal
deve ser equacionado em vários frentes: o cultural, o político e o econômico. No
entanto, a ação no terreno da cultura é a que deve abrir o caminho para as
outras variáveis. O escritor colombiano desenvolve as suas teses a respeito
dessa ação integradora no plano cultural, na sua obra intitulada: América Latina: integração pela cultura.
Dois aspectos são desenvolvidos por Morales Benítez nessa tarefa de integração
ao redor da cultura: o ético-jurídico e o historiográfico. No terreno ético e
jurídico da integração, as bases devem ser os imperativos categóricos da liberdade e da justiça social. A filosofia política liberal, na linha social de
Tocqueville e Keynes, é o ponto de inspiração de Morales Benítez. No terreno
estritamente jurídico, deve ser estruturado o direito agrário na América Latina, a fim de criar as instituições
necessárias para o equacionamento do ideal da justiça social no campo (Direito
Agrário e Liberalismo, destino de la Patria). No que tange à reflexão
historiográfica sobre a integração, Morales Benítez considera que é importante
pesquisar, na História latino-americana, a parte correspondente aos ideais
integracionistas, desde os ancestrais aborígenes, passando por Bolívar e
chegando até a contemporaneidade. Sem conhecermos os ideais e as lutas dos que
pensaram essa realidade, a atual geração não poderá equacionar a contento o
ideal da integração continental (Propuestas para examinar la historia con
criterios indoamericanos).
III- A problemática da liberdade e da libertação.
Quatro autores se
debruçaram sobre esta temática de ângulos diferentes: 1 – Do ângulo marxista: Camilo
Torres Restrepo (1929-1966) e Enrique Dussel (1934). 2 - Do ângulo da filosofia
política liberal-conservadora: José Osvaldo de Meira Penna (1917) e Enrique
Krauze (1947).
A primeira versão
precursora da Teologia da Libertação na América Latina foi obra do ex-sacerdote
e guerrilheiro Camilo Torres Restrepo, formado na Universidade Católica de
Louvain, que junto com a Escola de Frankfurt representou um dos dois polos escolhidos
pela União Soviética para a divulgação do marxismo nos meios acadêmico e político
na Europa, nos anos 60 do século passado. A respeito da sua opção
revolucionária, Camilo, que foi capelão da Universidade Nacional da Colômbia,
adotou uma posição semelhante à assumida, no início do século XX, pela
doutrinária e ativista polonesa Rosa Luxemburgo na sua obra intitulada: O
socialismo e as Igrejas: o Comunismo dos primeiros cristãos (1905).
Efetivamente, Camilo Torres afirmava, juntando na mesma opção cristianismo,
revolução e técnica, num clima de messianismo político que faz lembrar o messianismo
político saint-simoniano, pensado em torno ao novo cristianismo: “Soy revolucionario como colombiano, como
sociólogo, como cristiano y como sacerdote. Como
colombiano, porque no puedo ser ajeno a las luchas del Pueblo. Como sociólogo,
porque gracias al conocimiento científico que tengo de la realidad, he llegado
al conocimiento de que las soluciones técnicas y eficaces no se logran sin una
revolución. Como cristiano, porque la esencia del cristianismo es el amor al
prójimo y solamente con la revolución puede lograrse el bien de la mayoría.
Como sacerdote, porque la entrega al prójimo que exige la revolución es un
requisito de caridad fraterna, indispensable para realizar el sacrifico de la
misa, que no es una ofrenda individual, sino de todo el pueblo de Dios por
intermedio de Cristo” (Mensaje a los Cristianos).
Para o filósofo e
professor argentino Enrique Dussel (1934), que leciona na Universidade Autónoma
do México a forma libertadora de refletir “(...) pretende formular uma
metafísica exigida pela praxis
revolucionária e pela poiesis
tecnológica. Esta metafísica da libertação será formulada a partir da formação
social periférica, que se estrutura em modos de produção completamente
entrelaçados. É necessário, para isso, descrever o sentido da praxis da libertação, que somente é
revelada pelo oprimido que luta para sair da opressão. Os críticos
pós-hegelianos de esquerda europeus somente vislumbraram de forma parcial essa praxis libertadora” (Filosofia
da Libertação).
Para o pensador e
diplomata brasileiro José Osvaldo de Meira Penna, o tema da Libertação é
central na filosofia ocidental, desde o Helenismo até os nossos dias. Ao ensejo
da fecundação do Helenismo pela tradição judaico-cristã, esse tema ganhou a
dimensão de uma filosofia da Pessoa Humana, pensada primeiro no contexto da
metafísica cristã de Santo Agostinho e de S. Tomás de Aquino e, na modernidade,
no seio de ontologias de inspiração personalista (Mounier, Maritain, Lavelle,
etc.). A temática da Libertação, do ângulo do personalismo cristão, implica em
levar em consideração três variáveis: responsabilidade individual, democracia e
liberdade. A grande falha da Teologia da Libertação, na forma promulgada na
América Latina à sombra do marxismo, no final do século XX, decorre do fato de
que coloca a libertação num contexto puramente econômico e determinístico, sem
levar em consideração a dinâmica espiritual da pessoa. Somente um liberalismo
democrático, como o proposto por Tocqueville na sua Democracia na América,
será capaz de reinterpretar, de um ângulo verdadeiramente humanista, os anseios
de libertação e democracia que percorrem de norte a sul o Continente
Latino-americano. Para divulgar essa proposta, Meira Penna fundou, em 1989, no
Rio de Janeiro, com outros pensadores liberais e conservadores, a Sociedade Tocqueville. Em duas obras este
pensador deixou sintetizada a sua proposta libertadora: Opção preferencial pela riqueza
e O
espírito das revoluções.
O pensador mexicano Enrique Krauze,
herdeiro da tradição liberal contemporânea sedimentada no seu país por Daniel
Cosío Villegas e Octavio Paz, realizou crítica análise do fenômeno da Teologia
da Libertação, que encontrou a sua mais agressiva manifestação política no
fenômeno do chavismo, na Venezuela. A respeito escreve, destacando o
imprescindível papel dos historiadores no desmonte desse mito: “(...) Terrível
e fascinante ao mesmo tempo. Chávez, pelo que noto, procura apoderar-se da verdade histórica, e
não só reescrevê-la, mas reencarná-la. Seu regime extrai sua legitimidade de
uma interpretação mítica da história que fala através dele, que converge nele,
que se encarna nele. Só os historiadores podem refutá-lo, só eles podem
restaurar a verdade dos fatos e a historicidade dos processos, embora seus
livros alcancem milhares, não milhões. Na Venezuela, a disputa do passado é a
disputa do futuro” (O poder e o delírio, 2013).
BIBLIOGRAFIA
BARROS, Roque
Spencer Maciel de. O fenômeno totalitário.
DUSSEL. Enrique. Filosofia
da Libertação.
HARTMANN, Nicolai. Auto
exposição sistemática.
KRAUZE,
Enrique El poder y el delirio, 2013
LUXEMBURGO, Rosa. O
socialismo e as Igrejas: o Comunismo dos primeiros cristãos (1905).
MONDOLFO, Rodolfo. Problemas
e métodos de investigação em história da filosofia
MORALES BENÍTEZ,
Otto. América Latina: integração pela
cultura
MORALES BENÍTEZ, Otto. Propuestas para examinar la
historia con criterios indoamericanos.
PAZ, Octavio. Nueva España: orfandad y legitimidad, 1979.
PENNA, José Osvaldo
de Meira. O espírito das revoluções.
PENNA, José Osvaldo
de Meira. Opção preferencial pela riqueza
REALE, Miguel. Experiência
e cultura.
ROMERO, Francisco. Sobre
a filosofia na América.
TOCQUEVILLE, Alexis de. Democracia na América
TORRES, Camilo. Mensaje a los Cristianos.
VASCONCELOS, José. Indología.
Bom dia Professor,
ResponderExcluirO senhor fará alguma análise da obra de Mário Ferreira dos Santos?
Forte abraço.
Caro Ricardo, Obrigado pelo teu comentário. Não farei, por enquanto, análise da obra do Mário Ferreira dos Santos. Preciso estuda-la com afinco.
ResponderExcluirObrigado Professor.
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