Joaquin "El Chapo" Gusmán, o grande traficante mexicano. (Foto: Revista América Economía) |
A história de Dom Pablito se repete. El Chapo Guzmán apresenta-se como um inocente empresário que garante produtos de alto consumo no mercado norte-americano e do restante mundo desenvolvido: heroína, metanfetaminas, cocaína e maconha. Esses "produtos" potencializam o sonho de aventura fácil de milhões de pessoas que, tendo o necessário para sobreviver, caíram nas redes do sonho imediatista da droga.
Ao Presidente Barack Obama desagradaram as declarações que o traficante mexicano deu em entrevista ao ator Sean Penn na revista "Rolling Stone". Talvez porque a tal entrevista revelou que o mercado americano faça parte do problema do narcotráfico. Ora, ora. As sociedades livres têm outros mecanismos para se defenderem das ameaças à liberdade representadas pelo narcotráfico. Entre esses mecanismos pode-se mencionar a educação da juventude em valores que priorizem não apenas a satisfação imediata, mas sobretudo a responsabilidade pessoal e a solidariedade, além, é claro, da defesa da liberdade individual. Outro mecanismo é o incentivo e o apoio à livre empresa nos países produtores de drogas, a fim de que abram espaço para o desenvolvimento, no seio de economias sadias, livres dos traficantes. Não há dúvida de que, na sociedade estadunidense, há mecanismos que, neste sentido, enfrentam o problema das drogas.
Mas a solução ruim é pensar, como talvez pretenda o presidente americano, que o problema das drogas é, unica e exclusivamente, dos fornecedores das mesmas, não dos compradores. Solução fácil que somente beneficiará aos produtores. Lembremos o alerta de Tocqueville em face dos riscos com que se defrontaria a democracia na América. O mais perigoso risco consistiria em os cidadãos da nascente República chafurdarem no mar da satisfação individual, abandonando a luta pela liberdade. Alerta precioso e mais atual do que nunca!
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