Mais de um milhão de pessoas marcharam pela Liberdade e a União Nacional em Paris, no domingo 11 de Janeiro de 2015 (Place de la République. Foto: Le Figaro) |
Aspecto da marcha do dia 11 de Janeiro de 2015, em Paris (Le Figaro) |
O brutal atentado terrorista contra a equipe de redação do jornal parisiense Charlie Hebdo que deixou doze mortos e onze feridos, é o novo capítulo da Guerra contra o Terror que começou em 9 de Setembro de 2001 com o ataque às Torres Gêmeas em Nova Iorque. No sangrento episódio parisiense foram mortos quatro importantes chargistas franceses: Charb, Cabu, Tignous e Wolinski, além do colunista econômico Bernard Maris, outros jornalistas que participavam da reunião de pauta do jornal e dois policiais. Ao todo, doze vítimas fatais e onze feridos. Paralelamente, uma dupla terrorista tomou reféns, no dia seguinte, numa loja de produtos judaicos na região de Vincennes da capital francesa, no contexto de uma ação em apoio aos terroristas que praticaram o primeiro atentado no centro da cidade e que estavam cercados pela polícia numa região situada ao norte de Paris.
O novo capítulo da guerra do terrorismo islâmico contra o mundo livre atacou jornalistas. Ataque covarde, milimetricamente preparado por um comando treinado no Iêmen e que se identificou como pertencente à rede Al Qaeda. Foi clara a mensagem: ninguém pode pensar livremente! Os estúpidos militantes gritaram terem vingado o profeta Maomê, lembrando as charges publicadas pela imprensa ocidental em 2012.
A vingança terrorista ataca em qualquer lugar do planeta. Coopta jovens desequilibrados e vinculados a grupos islâmicos. Deixa passar algum tempo, meses e até anos, para dar cumprimento à sentença de morte apregoada pelos imãs radicais contra os que ousarem divergir do pensamento único. Mas o mundo livre não se deixará encurralar por meia dúzia de ensandecidos. No caso do atentado em Paris, a polícia francesa eliminou os dois terroristas mais destacados.
Outros islâmicos radicais continuarão, no entanto, com o projeto criminoso de intimidação. Mas a liberdade ganhará mais essa batalha. O mundo livre repetiu imediatamente, em passeatas multitudinárias, a consigna dos cidadãos franceses: “Je suis Charlie”, (“Cada um de nós é Charlie”), ou como versou a tradução inglesa: “We are Charlie”, (“Todos somos Charlie”).
O terrorismo com tintes religiosos, essa nova forma de obscurantismo que dá as caras nos degoladores do Estado Islâmico, no Boko Haram, nos militantes de Al Qaeda e de outros grupos terroristas, quer ver morta a inteligência e a liberdade de pensamento. Todos eles insistem em eliminar cristãos, jornalistas, trabalhadores humanitários e em assassinar ou prender estudantes, sobretudo mulheres. É uma tentativa de intimidação contra a conquista das liberdades civis defendidas pelas democracias ocidentais. O que esses loucos têm a oferecer é o império da morte e da destruição.
O Presidente François Hollande, no emocionado pronunciamento que fez à nação francesa após o atentado afirmou: “É a República, é o pluralismo é a democracia. É tudo isso que foi visado”. E concluiu: “A liberdade será sempre mais forte do que a barbárie. A França soube sempre vencer os seus inimigos quando soube se unir ao redor dos seus valores. Unamo-nos e venceremos”.
O escritor francês Pascal Bruckner prestou homenagem às vítimas do jornal Charlie Hebdo frisando que esse massacre a sangue frio constituiu “uma nova etapa da guerra que o islamismo radical deflagra contra as democracias ocidentais”.
O diretor de redação do jornal Le Figaro, Alexis Brezet, frisou: “É uma guerra, uma verdadeira guerra, conduzida não por soldados, mas por assassinos nas sombras, matadores metódicos e organizados cuja tranquila selvageria gela o sangue. Essa guerra matou ontem, em pleno centro de Paris”. A essas emocionadas palavras de repúdio juntaram-se as declarações dos principais líderes do mundo, desde Barack Obama, nos Estados Unidos, passando pelos chefes de Estado europeus e por líderes políticos e intelectuais do mundo todo, inclusive de países com tradição islâmica moderada.
A presidente Dilma corrigiu o sério escorregão que deu na abertura das sessões da ONU, no final do ano passado, em Nova Iorque, quando criticou a resposta armada dos Estados Unidos e das potências ocidentais contra os selvagens do Estado Islâmico e apregoou o diálogo com os terroristas.
Pelo menos a presidente brasileira poupou o país do constrangimento a que nos expôs na sessão da ONU e condenou claramente o ato terrorista acontecido em Paris contra o jornal francês, defendendo a liberdade de imprensa como algo essencial à democracia.
Falta que o seu ministro das comunicações, o sindicalista Berzoini, se some a essa posição, engavetando de vez a estúpida proposta de controle social da mídia, que outra coisa não é senão um atentado contra a liberdade de expressão, com que a petralhada ameaça a democracia no Brasil.
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