Ao ensejo do meu artigo intitulado: "Doutor Lula" (publicado no diário O Estado de São Paulo em 10-10-2011, pg. A-2) tenho recebido algumas críticas indignadas de petistas (quatro, em total) e mais de 80 mensagens de leitores do jornal, parabenizando-me pela análise que fiz da era Lula. Coloco, a seguir, esclarecedor artigo de um dos meus leitores (Oswaldo Colombo Filho). Esse artigo já tinha sido publicado pelo Diário da Manhã - Goiás - 12/10/2011, e tem como título o mesmo com que inicio esta entrada. A seguir, o artigo mencionado:
A desventura de uma nação é correspondente ao avanço moral expresso em suas manifestações culturais. Eis aqui que se constata a clara expressão desta assertiva ao observarmos que a escola de samba “gaviões da fiel”, expressão minúscula até na razão de existir, e fazer-se de representante de milhões de torcedores de uma tradicional agremiação de futebol, na divulgação da letra do seu samba enredo para o próximo carnaval. Acertou em cheio na homenagem a lula na frase que diz - “que deus pai iluminou”. O “deus pai” que o iluminou, e pelo que fez em se tratando da homenagem ali prestada, de fato não é um Deus que mereça letra maiúscula e não por ignorância apenas que a vã filosofia perdoaria de quem seja o compositor da "obra prima", mas sim porque um Ser Superior não unge mérito à patifaria, ao deboche e ao escárnio que se possa fazer ao exemplo moral que prima quem quer que seja nos seus mínimos atos.
Mais adiante a composição solfeja: “O poder regendo seu destino! Na cidade grande a esperança... O futuro promissor!” – Contrários a toda noção de justiça e do progresso moral, aqueles que forem ao desfile carnavalesco assistirão uma notável demonstração da visão circunscrita a uma existência miserável, serva do populismo e da pilantragem da politicalha. Sem motivos de constrangimento, espero que o corso tenha um carro alegórico em homenagem ao mensalão, e nele imagens marcantes das figuras ilustres dos grandes cumpanheiros da jornada iluminada por algum deus pagão. Que ali estejam representados os também moralmente minúsculos poderes republicanos, e desde o mestre sala até a ala das baianas se demostre a saga “que iluminou” o esvaziamento da moral na coisa pública nacional. Que não esqueçam homenagem triunfal aos vassalos - os analfabetos políticos, a classe estudantil chapa branca ou a vergonhosamente alienada nas suas festas com farta distribuição de bebida e droga. Façam ainda júbilo à base parlamentar fisiológica aliada, e demostrem o sarcasmo com a saúde pública, segurança, aos aposentados, educação, saneamento etc..
Não há efeito sem causa, pois o nada não produz coisa alguma; portanto, o que move uma entidade carnavalesca em homenagear o malfazejo está em seu íntimo. Perscrutando a nós mesmos, encontramos neste momento muitos movimentos sociais buscando levar milhares de pessoas às ruas em protestos pela banalização da justiça nas mais altas cortes, pela incompetência irrestrita da politicalha nos mais altos postos da nação, contra a corrupção em todos os cantos; e eis que surge aquilo que chamam de viva expressão da nossa cultura - o carnaval - despontando nas esquinas e homenageando aquele que nos faz de Alecrins e Colombinas. Deveríamos nos decepcionar? Jamais; Deus é mais íntimo a nós que nós mesmos; cada um traça seu destino, e é difícil libertar os tolos das amarras que tanto veneram como já disse um sábio.
A lula deve caber qualquer tipo de entendimento e homenagem desde samba enredo até títulos honoríficos; pois desde Calígula eles sempre foram fartos e adjetos à moralidade. Mais do que tudo, o louvado pela “gaviões” empurrou ladeira abaixo a desconstrução das instituições do Estado brasileiro. Acintosamente comprou votos de hipotéticos representantes do povo, e posteriormente disse candidamente que nada sabia. Alega que o "mensalão nunca existiu". Subverteu as Cortes do País colocando-as a serviço do poder partidário (o seu). Como as coisas andam, a política nada mais é do a que corrupção em todos os sentidos e valores.
Um palanqueiro nato, bem apropriado a incentivar festas de peão boiadeiro, quermesses juninas, da cerveja; da cachaça! Um demagogo por excelência que sabe falar a língua dos “espertos” que se ajustam à ele pela sintonia do seu baixo padrão moral. Um populista que pauta seu carisma na excrescência verbal e na apologia da ignorância, na falácia de “pai dos pobres” que os protege das imaginárias elites, etilicamente criadas. Deu-lhes o Bolsa-Família que inegavelmente auxiliou, porém sem contrapartida social; pois a verdadeira contrapartida foi na boca da urna eleitoral. Diz ter criado maior classe média, porém assim o fez ficticiamente e estão estas iludidas entregues aos rentistas que financiaram as suas campanhas e agora custeiam, a peso de ouro, as palestra do ilustre e homenageado apedeuta. Enquanto isso milhares de professores, bombeiros e policiais buscam a mínima dignidade em seus salários. Para estas profissões não há cabide de emprego muito menos pistolão.
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