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quinta-feira, 7 de junho de 2018

OS EFEITOS BENÉFICOS DA PRIVATIZAÇÃO NO SETOR AEROPORTUÁRIO

"Ilha artificial em Dubai vista do espaço". (Thomas Pesquet, astronauta francês. Foto: NASA, 22-03-2017)

Num momento em que é debatida a questão da privatização ao ensejo da recente greve dos caminhoneiros causada pelo corporativismo exagerado da categoria, mas também motivada pela roubalheira que o PT praticou na Petrobrás, tendo obrigado a empresa a uma política de preços que, aliada aos impostos cumulativos, elevou o preço dos combustíveis, vale a pena ver o que, em outros contextos, como o de aeroportos, ocorre no Brasil ao ensejo da privatização do setor.

Houve, como de praxe, quando se falou em privatizar aeroportos, a grita costumeira dos setores que Roberto Campos chamava de "nacionalisteiros": "Estão acabando com o patrimônio da Nação!". A privatização, entre solavancos, recuos e avanços, terminou sendo feita em boa parte dos grandes aeroportos brasileiros. Há uma década atrás, os nossos aeroportos não figuravam entre os melhor equipados no mundo e entre os que ofereciam serviços satisfatórios. Como é o quadro atual do setor aeroportuário do Brasil em face do competitivo mercado mundial?

A resposta foi dada recentemente pela empresa americana Air Help, que faz, ano a ano, a pesquisa sobre quais são os melhores aeroportos. A pesquisa deste ano acaba de ser publicada, indicando os 141 melhores aeroportos do Planeta e foi divulgada pela imprensa internacional. Louvei-me do informe completo apresentado pelo jornal parisiense Le Figaro, na sua edição de 6 de Junho, que tem o seguinte título: "Palmarès des meilleures aéroports: la France en bas de classement" ("Quadro dos melhores aeroportos: a França com baixa classificação"). A pesquisa assinala os 141 melhores aeroportos do Mundo, classificados com base em três critérios: 1 - Pontualidade; 2 - Qualidade do serviço; 3 - Percepção nas redes sociais. 

Surpresa: nesse seleto grupo aparecem vários aeroportos brasileiros: Viracopos (7º lugar), Recife (9º), Curitiba (12º), Brasília (14º), Guarulhos (20º), Congonhas (25º), Confins-Belo Horizonte (28º), Rio -Santos Dumont (32º), Porto Alegre (40º), Fortaleza (61º), Rio - Galeão (66º), Salvador (87º). Contrastam os bons lugares ocupados por aeroportos brasileiros com os inferiores escalões ocupados por importantes aeroportos de outros países como os de El-Dorado - Bogotá (89º), Toronto - Billy-Bishop (101º), Orlando (103º), Santiago de Chile (105º), Logan - Boston (106º), Sidney (119º), Lisboa (121º), Fgarson-Toronto (126º), Charles de Gaulle - Paris (128º), Domedovo-Moscou (130º), Newark-USA (131º), Orly - Paris (138º). Os aeroportos campeões do Mundo são os de Hamad-Quatar -  Doha (1º), Atenas (2º), Toquio (3º) e Colônia-Bonn - Alemanha (4º). 

A razão do sucesso dos aeroportos brasileiros é clara: a privatização realizada ao longo dos últimos seis anos. Em que pese a onda de oposição que a esquerda troglodita costumeiramente desenvolveu no Congresso contra a privatização de aeroportos, a decisão nos colocou entre o seleto grupo de países que contam com os melhores aeroportos em nível mundial, além, é claro, do lucro que essa realização deixou para o país e para os inversionistas.

Em relação aos efeitos alvissareiros causados pela privatização de aeroportos brasileiros, estudo publicado pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica no início de 2014 ("O impacto da privatização de aeroportos") frisava: "O Governo Federal arrecadou cerca  de 14 bilhões de dólares - cinco vezes mais do que o esperado - com a concessão à iniciativa privada dos aeroportos internacionais de Guarulhos, de Viracopos, em Campinas e de Brasília, em leilão realizado em 2012, na sede da Bolsa de Valores de São Paulo. Privatizados, todos os aeroportos receberam investimentos em infraestrutura, tendo em vista o aumento do tráfego de passageiros - que cresceu de 53,9 milhões em 2000 para 175 milhões, em 2013 - e a expectativa de uma demanda ainda maior em razão da Copa do Mundo de 2014".

Imaginem os amigos leitores o que teria lucrado o Brasil com a privatização da Petrobrás, tão reclamada por mentes ilustres como Roberto Campos e Gilberto Ferreira Paim. Em lugar do rombo milionário com que hoje nos defrontamos em razão da roubalheira praticada pelo PT e os corruptos empresários associados, teríamos uma empresa lucrativa, que nos encheria de orgulho e nos garantiria combustíveis a preços razoáveis, sem termos de enfrentar a chantagem das empresas de transporte e dos caminhoneiros autônomos. 

Privatização da Petrobrás já! Esse deveria ser o primeiro ponto das plataformas de governo dos candidatos com sensibilidade diante das expectativas dos brasileiros.

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