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quarta-feira, 25 de abril de 2018

LULA NA CADEIA - LIÇÕES


Gostei de recente post (7 de abril) do príncipe dom Luiz P. de Orléans e Bragança na sua conta no twitter, que reproduzo a seguir: "Na cadeia o direito de ir e vir é restrito, não há lazer, a comida é garantida mas não há opções, não há propriedade privada, não há liberdade de expressão e não há bem estar nem qualquer visão de futuro melhor. Se tudo correr bem Lula finalmente vai entender o que é o socialismo". Brilhante descrição do que é o ideal socialista acalentado por Lula e seguidores. Marasmo total. Dá vontade de chorar. É isso o socialismo.

Lembro-me de que na minha juventude, quando cursava o primeiro ano de Faculdade (na Universidade Javeriana de Bogotá) circulava uma piada a respeito da recente revolução cubana que tinha entronizado o ditador Fidel Castro, que iria se perpetuar no poder até os dias de hoje, com o seu irmão e com o sucessor que acaba de ser eleito por 99,9 % (oh tédio !) dos votos do colégio eleitoral. Um cachorrinho colombiano foi convidado para fazer turismo em Cuba. Tudo ia às mil maravilhas na visita do cão viajante: hotéis baratos, comidinha na hora certa, veterinário de graça, filas ordeiras para comprar tudo, nem faltava a companhia revolucionária das cadelinhas militantes, etc. Passada uma semana, o cãozinho voltou para a conturbada Colômbia. Os coleguinhas do viajante quiseram saber o que tinha achado. Ele contou tintim por tintim as suas aventuras na ilha do Dr. Castro. Mas destacou que preferia a vida na agitada Colômbia. Intrigados, os colegas indagaram o porquê da preferência do cachorrinho. Respondeu: "Não conseguia aguentar a vontade de latir"!

Ora, a delícia do paraíso socialista é cinza demais. Falta a aventura da liberdade, do ir e vir, do protestar, do falar o que bem o freguês entender, do criticar, do participar. Essa é realmente a questão: a falta de liberdade se torna um verdadeiro suplício. As perspectivas da vida humana, sem a liberdade, se tornam sombrias, exatamente como o panorama que espera aos cidadãos no paraíso socialista.

 Eis o que escrevia Alexis de Tocqueville quando na maturidade se deparou com que, na França, após as desgraças produzidas pela Revolução de 1789, a sociedade estava a caminho de novo despotismo que buscava a igualdade sem a liberdade (por volta de 1850): "Só a liberdade pode tirar  os cidadãos do isolamento no qual a própria independência de suas condições os faz viver para obrigá-los a aproximar-se uns dos outros, animando-os e reunindo-os cada dia pela necessidade de entender-se e de agradar-se mutuamente na prática de negócios comuns. Só a liberdade é capaz de arrancá-los do culto ao dinheiro e dos pequenos aborrecimentos cotidianos (...), para que percebam e sintam sem cessar a pátria, acima e ao lado deles. Só a liberdade substitui, vez por outra, o amor ao bem-estar por paixões mais enérgicas e elevadas, fornece à ambição objetivos maiores que a aquisição das riquezas e cria a luz que permite enxergar os vícios e as virtudes dos homens. (...). Eis o que eu pensava e dizia há  20 anos. Tenho de confessar que desde então nada aconteceu no mundo que me levasse a pensar e falar diferentemente. Tendo demonstrado a boa opinião que eu tinha da liberdade num tempo em que alcançou o apogeu, não acharão ruim que nela eu persista quando a abandonam" (Tocqueville, O Antigo Regime e a Revolução, 1856).





3 comentários:

  1. Excelentes lições!!! Para serem colocadas em prática já, com intuito de impedir que a "ideia" se alastre e prejudique mais do que já prejudicou o país.

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